quarta-feira, 22 de abril de 2009

Knowing


Gente o blog está carente mesmo! Eu juro que estou tentando atualizar, mas eu mal mal tenho tido tempo de ver filmes!

Eu sinceramente espero que vocês tenham paciência né? Vamos tentar retomar em Maio porque Abril foi um fracasso! Ironicamente eu vi muitos filmes novos nos cinemas, na TV e em DVD, mas as críticas virão!

Então ao filme de hoje!


Ficha Técnica:

Presságio (Knowing) EUA 2009

"Knowing is Everything"

Diretor: Alex Proyas

Escritores: Ryne Douglas Pearson e Juliet Snowden (roteiro)

Estúdio: Escape Artists

Elenco: Nicolas Cage, Rose Byrne, Lara Robinson, Chandler Canterbury


Um grupo de alunos enterra uma cápsula com suas visões do futuro em 1959. Uma menina porém, Lucinda, não faz nada além de uma folha coberta por números na frente e no verso. 50 anos depois, a cápsula é aberta e o menino Caleb Koestler recebe a misteriosa folha de Lucinda. Seu pai, John, observa a folha e percebe que os números são datas e outros dados de catástrofes que já aconteceram e ainda vão acontecer em diversos lugares do mundo. Ele se encontra então em uma busca desenfreada pela verdade, que o irá levar a uma descoberta assustadora.

Presságio não é lá muito original na sua premissa: o fim do mundo. Este tópico já foi exaustivamente explorado, mas por motivos quase transcendentais, os espectadores continuam comprando as mirabolantes teorias da conspiração que levam à fantasia de sua própria destruição. Seja porque a humanidade gosta de se ver punida ou porque a boa e velha morte de alguns não satisfaz mais, a fórmula faz sucesso. E Presságio sabem bem disso, se utilizando de todo tipo de baboseira que puder encontrar para mostrar que os sinais estão bem na nossa frente.

E se há uma coisa que o espectador gosta mais do que o fim do mundo, é sua superioridade no conhecimento. As pessoas gostam de saber o que as outras não sabem, de participar daquilo que os mortais nem sabem que existe. Nicolas Cage interpreta justamente um homem fascinado com essa verdade. Ele vê em si mesmo a chance de se tornar um novo salvador da humanidade com seu interminável conhecimento de uma folha de papel. E aí começa o primeiro erro do filme: um homem relativamente descrente e desiludido, que, de uma hora para a outra passa a enxergar significado em uma folha que pessoas do seu tipo queimariam. E, inexplicavelmente, Cage passa a querer estar em todos os lugares onde as supostas tragédias vão acontecer. Não é um Messias muito inteligente.

Seu envolvimento inclui cenas desnecessárias como correr para dentro dos destroços de um avião, com um rosto estampado por um choque nada convincente, tirando vítimas do fogo. Como se isso fosse ajudar. Cage não tem sido feliz nas suas escolhas recentes de filme: Lenda do Tesouro perdido 2, Perigo em Bangkok, etc. Acho que o ator foi invadido por uma síndrome Sansão e perdeu a fonte dos seus poderes de discernimento depois que passou a usar implante (o que já é mais um reforço de sua falta de discernimento). O fato é que, Presságio não foge ao padrão.

O filme passa grande parte da sua extensão tentando convencer o espectador de um perigo iminente com jogos de câmera que lembram bem Bruxas de Blair ou Cloverfield e não é muito bem sucedido. A sensação de aflição é só para que o filme acabe e as coisas só ficam piores quando os roteiristas resolvem fazer uma bela salada entre Guerra dos Mundos, Independence Day e uma série de passagens bíblicas, desde Jesus à construção da arca de Moisés. Um sentimento de pena invade qualquer um ao constatar que o diretor Alex Proyas, do excelente "Eu, Robô", foi incapaz de criar o universo charmoso e inteligente como o fez com Will Smith.

Talvez o tópico de fim do mundo ainda mereça alguns filmes. Bons filmes como Armageddon ou Independence Day (embora os EUA continue tomando todas as decisões). Mas Presságio certamente não cumpre sua função de filme revolucionário e muito menos de uma boa aventura. Só mostra a crescente incompetencia de um ator que já fez filmes brilhantes e uma falta de originalidade para explorar um tema complexo.


Fico por aqui hoje

Até breve!

domingo, 12 de abril de 2009

Singin' In the Rain


Ficha Técnica:

Cantando na Chuva (Singin' In the Rain) EUA 1952

"What a glorious feeling!"

Diretores: Stanley Donan e Gene Kelly

Escritores: Adolph Green e Betty Comden (história)

Estúdio: Metro Goldwyn Mayer Pictures

Elenco: Gene Kelly, Debbie Reynolds, Donald O'Connor, Cyd Charisse, Rita Moreno


O elenco e a equipe de um filme mudo de sucesso percebe a nova tendência do cinema falante e resolve fazer um filme com vozes. O problema é que o filme fica péssimo e eles tem que refazê-lo como um musical. A atriz principal, que é bonita mas tem a voz terrivelmente fina, precisa ser dublada pela talentosa Kathy Selden, que é o amor do protagonista do filme.

Feito na época de ouro de Hollywood, quando os grandes musicais eram o estouro nos cinemas, Cantando na Chuva é um tributo à arte de fazer filmes. Talvez por isso seja tão brilhante. A equipe passa pelas dificuldades enfrentadas pelos estúdios quando os filmes começaram a ser falados e com muita desenvoltura e bom humor, contornam as situações adversas.

É difícil, para não dizer impossível, descrever a experiência de assitir ao filme no século 21, onde se tornou tão fácil criar grandes produções com a abundância de recursos e tecnologia. O charme, a beleza e tudo aquilo que torna o cinema uma arte de emoções está presente no longa, que tem uma facilidade imensa de deixar o espectador encantado e implorando por mais, mesmo depois que as letras muito antigas anunciam o fim daquele espetáculo por cima do letreiro da MGM.

Os personangens são adoráveis, carismáticos e mais apelativos graças aos mestres que os encarnam com tanta perfeição. Os grandes dançarinos da época, Gene Kelly e Donald O'Connor transformam cada cena em um banquete para os olhos, armados de roupas coloridas e sapatos brilhantes que marcam os sons sincronizados no belo sapateado. A famosa cena em que Gene Kelly dança na chuva é apenas uma das muitas em que o ator demonstra o talento que o deixou famoso, com um sorriso mais do que simpático estampado no rosto do que poderia ser um galã comum. Donald O'Connor é igualmente fascinante e fantástico e seu personagem tem exatamente o papel do ator naquela produção: um coadjuvante indispensável que conquista com seu jeito palhaço e, é claro, seu talento exímio para a dança. Cyd Charisse, dona das pernas mais bonitas de Hollywood, faz uma aparição marcante que começa (claro) por suas pernas e marca sua presença, ainda que por alguns minutos, na mente e no coração de quem assiste ao filme.

As músicas e coreografias de Cantando na Chuva, são seguramente eternas e transportam em uma viagem de primeira classe, o espectador deslumbrado, para os grandes musicais da Broadway, para o mundo glamouroso e cheio de possibilidades de Hollywood e para um universo onde tudo é possível, tudo é imperfeitamente perfeito e o fantástico é apenas rotina: o maravilhoso universo do cinema.


OBS: Bom pessoal, desculpem pela falta de atualizações, mas as coisas andam meio corridas e eu não tenho tido tempo de escrever. Tenho muito filmes na lista e eu gostaria também de receber sugestões para o Sétima Arte e para filmes que vocês acham que devem ser comentados. Obrigada!


Fico por aqui hoje!

Até breve!

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Intolerable Cruelty


Ficha Técnica:

O Amor Custa Caro (Intolerable Cruelty) EUA 2003

"They can't keep their hands of each others assets"

Diretor: Joel Coen

Escritores: Robert Ramsey e Mathew Stone (história)

Joel e Ethan Coen (roteiro)

Estúdio: Universal Pictures

Elenco: Catherine Zeta-Jones, George Clooney, Geoffrey Rush, Billy Bob Thornton, Edward Herrman, Cedric The Entertainer.


Miles Massey é um advogado de divórcio que tem tudo. Uma impressionante lista de vitórias, dinheiro, sucesso, e o famoso pré nupcial Massey, dito infalível. Quando o tédio atinge sua vida bem sucedida, Massey vê em Marylin Rexroth a chance de um desafio. Depois do divórcio entre Marylin e o cliente de Miles, Rex, a moça acaba sem nada e coloca em prática um plano para se vingar do advogado responsável por arruinar sua meta perfeita de ser milionária dando o golpe do baú.

Em O Amor Custa Caro (tradução bem patética para o português), os irmãos Coen trazem de volta às telas o seu talento inigualável para o inteligente e satírico humor negro. Os personagens são inescrupulosos e interesseiros, mas ainda assim conseguem trazer um charme que nos faz torcer pelo sucesso de suas duvidosas empreitadas. George Clooney e Catherine Zeta-Jones tem uma química perfeita e trocam diálogos afiados, botando a prova a inteligência um do outro.

O Amor... é uma comédia romântica sim, mas muito, muito diferente do que estamos acostumados a ver. A situação já não tem nada de romântica: o mundo da advocacia do divórcio, com golpes e pré nupciais, é o ambiente perfeito para desiludir qualquer um da chance do amor. Mesmo com o dinheiro valendo tudo e Marylin pronta para derrubar Massey no primeiro golpe, a vida conspira a favor do atípico casal que descobre exatamente do que cada um precisa.

Com situações engraçadas como um matador que resolve mudar de vítima ou os tribunais que mais parecem circos, o filme traz estampado em cada detalhe a assinatura irreverente dos irmãos Coen e é uma garantia de diversão inteligente para os espectadores cansados de água com açucar.


Fico por aqui hoje!

Até breve!