terça-feira, 30 de junho de 2009

Transformers: The Revenge of the Fallen


Bom eu não posso pedir desculpas o suficiente para mim mesma e para vocês para não estar atualizando o blog, mas antes tarde do que nunca. E agora, ao filme de hoje.


Ficha Técnica:

Transformers: A Vingança dos Derrotados (Transformers: Revenge of the Fallen) EUA 2009

"Revenge is coming"

Diretor: Michael Bay

Escritores: Ehren Kruger e Roberto Orci (história)

Estúdio: DreamWorks SKG

Elenco: Shia LaBeouf, Megan Fox, Josh Duhamel, Ramon Rodriguez.


Dois anos depois do combate travado entre os Decepticons e os Autobots no planeta Terra, uma vingança começa a ser planejada. Um grupo de Decepticons que permaneceu escondido procura um fragmento do cubo que foi destruído por Sam Witwicky para ressucitar uma arma lendária.

Sempre achei mais fácil falar mal de um filme do que falar bem. Talvez seja por isso que todos os críticos são tão chatos. Os defeitos são sempre mais berrantes do que as qualidades. Mas Transformers, embora tenha uma ENORME quantidade de defeitos, escapa das garras do público que já entra na sala de cinema tendo certeza que vai amar o filme que conquistou tantos em sua primeira versão.

Chega a ser difícil organizar a enormidade de fatores que tornam Transformers, no mínimo, fraco. O mais geral é a tentativa absolutamente ridícula de ter uma história para embasar os combates. O enredo não é nem um pouco convincente e faz uma tentativa fraca de engalobar o espectador enquanto lhe dá uma série de informações furadas para engolir.

Passando disso, vamos ao segundo defeito mais grave: a duração. E não estou me referindo a duração do filme no total embora esta também seja reprovável. Estou me referindo aos combates violentos e intermináveis entre cada meia dúzia de robôs a cada cinco minutos de filme. Em uma hora, mal é possível aguentar ver mais pedaços de metal voando e monumentos sendo arrebentados pelas criaturas gigantescas. As lutas são bem feitas, elaboradas e tudo que faz um bom filme de ação, mas são completamente assassinadas pela duração insuportável das mesmas. A última cena no deserto, literalmente dá vontade de levantar.

E falando em deserto, vamos falar de roteiro um pouco. Tudo bem, o ponto que vou levantar talvez não seja tão crucial em um filme onde a inteligência do roteiro não é levada em conta. Mas dizer que vão largar alguém no golfo de Aqaba, cair em cima das pirâmides e ir andando até Petra, é uma estupidez digna de amadores. Se você não entendeu, que ótimo. Se quer entender pegue um atlas e verifique bem a asneira.

Terceiro: nosso brilhante elenco e suas pífias tentativas de humor inteligente. Shia Labeouf é bom. Só bom. Mas infelizmente, depois de fazer tantos filmes, ele virou uma espécie de Hugh Grant de ação: seu papel é sempre de... Shia LaBeouf. O menino Ramon Rodriguez é simplesmente Shia LaBeouf-versão latino americana. E Megan Fox.. Ah Megan Fox. Completamente incapaz de atuar, mas talvez a única que cumpre o seu propósito no longa confuso e estapafúrdio: o de ser um acessório de cena, um mulherão que entende de carros e os conserta de short. Aliás, é assim que ela aparece na primeira cena, mas sua dobrada sobre o capô do Camaro em Transformers 1 ainda ganha o prêmio.

Michael Bay tem um talento extraordinário para dirigir filmes gigantescos de ação como Transformers. Mas este novo projeto em nada se assimila a outros como os brilhantes Armageddon e A Rocha. A impressão é que Bay teve dó de deletar algumas cenas que lhe custaram milhões de dólares e acabou fazendo uma salada, consciente de que seus espectadores, que tem Megan Fox suada e um monte de robôs se quebrando, não iam prestar atenção alguma no que estava acontecendo além disso.


NOVIDADES: Sim, Transformers 3 já está em produção e a previsão é de que saia por aqui em 2012. A expectativa aumenta...


Fico por aqui hoje!

Até breve!

terça-feira, 23 de junho de 2009

Primeiras Fotos de Alice In Wonderland








Qual não foi a minha felicidade ao ver, tão antes da data de estréia, as fotos do novo longa do meu diretor preferido, Tim Burton. Já estava louca para ver 9 e agora Alice me deixou com água na boca. Cartazes do longa também mostram o tom deliciosamente bizarro do filme, característica marcante de Burton.

As fotos mostram Johnny Depp, parceiro de longa data de Burton, como o Chapeleiro Maluco. Podemos ver também Anne Hathaway como a rainha Branca e a mulher de Burton, Helena Bonham Carter como a rainha vermelha.
Alice In Wonderland, baseado na lendária e bela obra literária de Lewis Carroll, estréia no Brasil em abril de 2010 e terá cenas em computação gráfica e live action. O elenco traz ainda Alan Rickman, Mia Wasikowska, Michael Sheen e Crispin Glover. O mais peculiar é: como Tim Burton ainda não tinha pensado em fazer um filme cuja história, de cogumelos gigantes e o intrigante Cheshire Cat, parecia ter sido feita para ele.

City of Ember


Ficha Técnica:

Cidade das Sombras (City of Ember) EUA 2008

"Lights out"

Diretor: Gil Kenan

Escritores: Caroline Thompson (roteiro)

Jeanne Duprau (livro)

Estúdio: Walden Media

Elenco: Saoirse Ronan, Harry Treadaway, Bill Murray, Tim Robbins, Lucinda Dryzek


Quando o mundo acabou, uma cidade subterrânea foi construída para durar apenas 200 anos. Mas a caixa que continha as instruções para sair de Ember se perdeu ao longo das gerações e os cidadãos se conformaram com o conforto de viverem seguros na cidade. Mas o tempo acabou e cabe a dois jovens Lina e Doon, descobrir a saída que pode salvar a população de Ember.

A Walden Media ganhou destaque quando lançou sob o seu selo o filme "As Crônicas de Nárnia: O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa". O sucesso de Nárnia levou a Walden Media a definir uma linha para as suas produções que mais tarde viriam a incluir "Ponte Para Terabítia", "Meu Monstro de Estimação" e "Príncipe Caspian". O que todas estas histórias tem em comum? São protagonizadas por crianças que vivem aventuras e aprendem lições sobre a própria força. A fórmula pode ser exaustiva, mas funciona e muito bem. Todos os filmes são capazes de prender o espectador pela força das atuações mirins (ao contrário de filmes como Harry Potter) e pelos magníficos cenários do inimaginável.

A história não é diferente com Ember. A cidade é simplesmente hipnotizante e um pouco claustrofóbica e consegue imergir o espectador em seu universo logo nos primeiros minutos. As atuações de Saoirse Ronan, indicada ao Oscar por Desejo e Reparação e do novato Harry Treadaway roubam a atenção de atores muxoxos como Bill Murray. Ember é uma espécie de Zion infantil, onde a vida é regida pela eletricidade, mas relembra mais as ditaduras do passado quando castiga aqueles que questionam sua realidade, em uma alusão às religiões radicalistas.

Embora tenha bom cenário, bons atores e boa direção, Ember não consegue escapar de diversas falhas de roteiro. Os ângulos de câmera inusitados e interessantes tentam deixar a história mais movimentada e emocionante do que realmente é. A expectativa é alta no começo e ainda maior no meio, quando Lina e Doon são forçados a enfrentar a tirania de um governante que sempre teve a última palavra, mas ela desmorona mais para frente, quando o espectador finalmente percebe que a missão dos jovens não vai ser assim tão difícil.

É neste ponto que Ember se diferencia de outras produções da Walden Media. Não é necessária nenhuma superação pessoal ou embate moral para que os personangens descubram a solução para os seus problemas. O plano se apresenta como uma sucessão de coincidências e com uma única e patética tentativa de intervenção por parte do prefeito da cidade, o pífio vilão da história. Quando fica claro que não haverão mais tentativas de impedir a dupla, o filme se torna uma simples passagem do tempo, já que o conflito final foi solucionado praticamente na metade de sua duração.

Como aconteceu com filmes como Eragon, a história é corrida demais e não dá muito tempo para que o espectador se envolva com as emoções tão confusas dos personagens. Posso praticamente garantir que o livro funciona bem melhor em mergulhar o espectador na agonia óbvia da contagem regressiva, fator que, sem esforço nenhum, consegue ser aflitivo. Assim que o ler, confirmo para vocês minhas suspeitas. Ember é sim, um bom filme, repleto de qualidades que fazem valer a pena assisti-lo. Mas infelizmente desperdiça a sua capacidade de ser muito mais.


Fico por aqui hoje!

Até breve!


quinta-feira, 18 de junho de 2009

Vamos falar de traduções



Não tem muito tempo que eu descobri que a pessoa que traduz os títulos dos filmes não é a mesma que faz as legendas. O que quer dizer que eu tenho mais de uma pessoa pra matar no ramo cinematográfico brasileiro.

O que me fez pensar nisso foi o fato de que eu aluguei "Na Mira do Chefe" pra assistir e, bem, eu imagino que quem nunca ouviu falar do filme deve imaginar que é um puta filmezinho de sessão da tarde com uma "galerinha muito louca" certo?

Errado. O filme é genial e foi muito elogiado. Ele tem o título original In Bruges que traduziria bem fácil, e literalmente para Em Bruges em português. Mas aparentemente, o público brasileiro não é sofisticado o suficiente pra querer assistir um filme que chama Em Bruges.

Depois desse episódio eu fui pensando em nomes de filmes que tiveram boas traduções e outros nem tanto. Acabei chegando a três exemplos que ilustram bem como a criatividade é uma coisa totalmente relativa: primeiro, Watchmen. Tudo bem, os caras podiam ter chamado o filme de Vigilantes e GRAÇAS A DEUS não o fizeram. Mas porque tinha quer ter um O FILME depois? Já que o filme chama Watchmen, não pode deixar assim?

Segundo: Menina de Ouro. O filme chama Million Dolar Baby em inglês. Chamar o filme de Bebê de Um milhão de dólares é nada a ver e Garota de Um Milhão de Dólares ia ficar parecendo filme de prostituta então o cara arrumou um título bacana, da cabeça dele e que encaixou super bem com o filme sem ficar comprido demais.

Terceiro: Xeque-Mate. Esse pra mim é o maior exemplo de que tradução pode ser uma arte. O filme chama Lucky Number Slevin, um jogo de palavras com o personagem do filme Slevin e a expressão de sorte Lucky Number Seven. Impossível traduzir este título literalmente, mas quem quer que seja encontrou uma solução ideal. Pegou o momento precioso da partida de xadrez entre Ben Kingsley e Bruce Willis que não tem uma importância tão óbvia e utilizou a expressão Xeque Mate, que tem TUDO a ver com a história do filme e pronto! Fez um título novo, completamente diferente e quase melhor que o original.

E pra você que lê esse post completamente fora do normal pro blog, qual é a pior tradução de todos os tempos? E a melhor?

Como diria meu amigo: Se Poderoso Chefão fosse traduzido na década de 90, ia chamar Meu Padrinho é da pesada.
Amanhã voltamos ao normal com a crítica de "Antes que o Diabo Saiba que Você Está Morto"
Fico por aqui hoje!
Até breve!

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Tropic Thunder


Ficha Técnica:

Trovão Tropical (Tropic Thunder) EUA 2008

"The movie they think they're making...isn't a movie anymore"

Diretor: Ben Stiller

Escritores: Ben Stiller, Ethan Cohen e Justin Theroux (roteiro)

Estúdio: DreamWorks SKG

Elenco: Ben Stiller, Jack Black, Robert Downey Jr., Tom Cruise, Mathew McConaughey, Mickey Rourke


Um elenco de grandes astros se une para filmar "o melhor filme de guerra já feito". Mas tudo dá errado quando um autor psicopata e um diretor estreante resolvem levar os atores para o meio da mata no Vietnã para que eles sintam o verdadeiro medo da guerra. A equipe se separa, e o que os atores acreditam ser um filme é, na verdade, um verdadeiro combate com os traficantes locais.

Tropic Thunder começa de um jeito inusitado. Antes mesmo dos créditos, do nome dos estúdios, ou de qualquer outra informação, o filme mostra tres trailers que pintam os retratos dos seus personagens. Ben Stiller é o ator de ação, em uma sátira clara aos tipos Vin Diesel e Van Damme. Jack Black é o comediante, rei do besteirol, como Eddie Murphy nos terríveis filmes do professor aloprado. E Downey Jr. é o vencedor do Oscar, exageradamente comprometido com os papéis e envolvido apenas com filmes dramáticos. Os trailers são surpreendentemente inteligentes e engraçados, pegando o que Holywood tem de pior e expondo dentro de sua própria obra, em uma espécie de metonímia às avessas.

A proposta que é iniciada nos trailers era a intenção de Ben Stiller para o filme todo. Mas ela não se sustenta por nem mais cinco minutos. Quando a verdadeira história se desenrola, o espectador tem suas expectativas frustradas ao ser atirado em mais um filme de piadas forçadas e óbvias em um filme com claras intenções de ser mais inteligente do que seu diretor permite que ele seja. Tropic Thunder cai logo no estereótipo americano do engraçado, que infelizmente inclui muito palavrão, bastante nojeira e Jack Black.

Já é difícil engolir a atuação sempre igual e sempre patética de Ben Stiller. A mistura fica ainda pior quando adicionamos a absoluta falta de criatividade e a irritante mania de ser escandaloso de Jack Black. Além disso, basta ver que o filme é dirigido, produzido, estrelado e escrito por Ben Stiller para saber que coisa boa não pode ser. Alguns momentos inteligentes como a sátira ao brilhante Apocalipse Now ainda mostram que o filme não foi um absoluto desperdício de dinheiro e tempo, mas passou bem perto.

Ironicamente, o único elemento positivo no filme é Robert Downey Jr. Recuperado da fossa pela qual passou antes do sucesso de Iron Man, o Downey mostra uma de suas melhores faces como o ator que se transforma em afro-americano e se mantém no papel o tempo inteiro, criticando os extremismos que as estrelas de Hollywood dizem fazer para garantir boas atuações. O papel rendeu uma indicação ao Oscar para Downey Jr. e é desnecessário dizer, que embora o filme seja um fracasso, o ator não deve ter se arrependido de se envolver nele.

Infelizmente, nem mesmo o brilhantismo de Robert Downey Jr, é suficiente para fazer de Tropic Thunder um must-see. O filme se arrasta por longas e repetitivas cenas que nem se esforçam para disfarçar que Ben Stiller é o elemento central em que todas as atenções devem se focar. As aparições de Mickey Rourke e Tom Cruise, muito elogiadas, não conseguem dar o sopro de ar fresco que tornaria o filme suportável ou ainda divertido. As boas falas se perdem na infinidade de baboseiras que recheiam o roteiro e no meio de toda a confusão não é possível apreciar os bons ângulos de câmera ou as músicas no mínimo divertidas, que poderiam salvar Tropic Thunder do colapso.


Fico por aqui hoje!

Até breve!

segunda-feira, 8 de junho de 2009

La Môme


Ficha Técnica:

Piaf - Um Hino ao Amor (La Môme) França 2007

"The Extraordinary Life of Edith Piaf"

Diretor: Olivier Dahan

Escritores: Olivier Dahan e Isabelle Sobelman

Estúdio: Légende Films

Elenco: Marion Cotillard, Gérard Depardiéu, Sylvie Testud, Emmanuelle Seigner, Jean-Pierre Martins.


Piaf - Um Hino ao Amor conta a história da brilhante e controversa cantora francesa Edith Piaf. Da miséria ao estrelato, o filme passa por todos os obstáculos da vida da cantora que sacrificou tudo na vida em nome da sua paixão: a música.

Provavelmente existe um milhão de maneiras para se contar a trágica história da cantora Edith Piaf. Mas Olivier Dahan pensou na milionésima primeira. A começar pelas primeiras cenas, o diretor já apela para a curiosidade do espectador, ansioso por descobrir o que aconteceu para que a protagonista desabasse em pleno (e belíssimo) palco. Gravidez? Doença? Drogas? A mente de quem assiste ao filme já se enche de perguntas e quando a câmera viaja suavemente para um bairro pobre de Paris, muitos anos antes, a satisfação de compreender as causas do posterior comportamento da cantora já se instalam.

Mas, ao contrário da maioria dos filmes biográficos, Piaf... não segue um estilo narrativo linear, contrastando a todo tempo a infância da artista com seus abandonos e sofrimentos com a vida adulta regada a álcool e problemas de saúde. É justamente nesse jogo de cenas perfeitamente executado que se encontra a beleza de Piaf e o seu diferencial. Visões sobrepostas da glória dos palcos e da miséria das ruas tem como pano de fundo as canções que marcaram época e que ainda vivem na alma da França. A reconstrução da decadente região de Montmarte com seus bordéis e cabarés só pode ser descrita como genial, servindo como cenário para a problemática infância da menina Edith, criada entre prostitutas, trocando de lar e servindo como instrumento de trabalho para o pai.

Os ângulos usados para cercar a personagem Piaf, refletem essencialmente o seu estado de espírito, encurralado como o pássaro de quem é tirado o seu nome. O dramatismo é sutil, sem apelar para as lágrimas do espectador. Embora a história da cantora seja trágica e repleta de episódios quase inacreditáveis, o diretor escolheu focar o filme em seu talento, regando todas as cenas com as canções, normalmente alegres, de sucesso de Edith. Ironicamente, uma das cenas mais belas do filme mostra Piaf no palco, pela primeira vez em um Music Hall, mas nenhum som sai de sua boca quando ela canta. Presenciamos a linguagem corporal da cantora provocando risadas e reações de aprovação da platéia inicialmente exigente. É também neste momento que conseguimos perceber parte do talento da brilhante Marion Cotillard.

A compreensão da condição de vida de Piaf é essencial para que seu comportamento reprovável e antipático seja compreendido. E, embora seja brilhante em todos os aspectos técnicos, o filme tem seu maior trunfo na performance arrepiante de Marion Cotillard, que lhe rendeu um Oscar de Melhor Atriz em 2008. A bela moça teve que se transformar na semi-corcunda, esquelética e apavorada figura de Edith Piaf com muita maquiagem e muito talento, como tinha feito a outra bela, Charlize Theron, em Monster -Desejo Assassino. Desde a postura aos contidos gestos com as mãos, Cotillard é de fazer cair o queixo e aplaudir de pé, como a artista que encarna. A voz é trabalhada para parecer com o estilo "taquara rachada" da cantora francesa e representa uma das maiores vitórias da relativamente "estreante" atriz.

Durante toda a duração do longa, o espectador é fisgado para o mundo de derrotas e tragédia que cercou Edith Piaf, judiada, abandonada, sofrida, doente, alcoolatra e extremamente talentosa. Mas ao fim, graças a competência da execução e da beleza da obra em si, é capaz de compreender porque o único conselho que Edith Piaf dá a todas as pessoas é: ame.


Fico por aqui hoje.

Até a próxima.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Changeling


Ficha Técnica:

A Troca (Changeling) EUA 2008

"To find her son, she did what no one else dared"

Diretor: Clint Eastwood

Escritor: J. Michael Straczynski

Estúdio: Imagine Entertainment

Elenco: Angelina Jolie, Gattlin Grifith, Michael Kelly, John Malkovich


Na Los Angeles do fim da década de 20, um ano antes da grande depressão uma mãe amorosa vive um drama inacreditável. Seu filho, Walter Collins é raptado e supostamente localizado pela polícia de Los Angeles, meses depois. Quando a esperançosa Christine Collins se encontra com o garoto encontrado, ela percebe que a polica cometeu um erro. Mas é tarde e os policiais, desesperados por apoio, contradizem as informações da mulher que continua a afirmar que o menino encontrado não é seu filho. Christine inicia então uma luta desesperada contra a polícia corrupta, a mídia e todos aqueles que querem impedi-la de encontrar o filho.

Clint Eastwood não tem, na minha opinião, metade do talento como ator que tem como diretor. Os filmes que tem seu nome na direção, quase sempre cumprem o objetivo de emocionar com histórias sobre luta e resistência diante das adversidades. A Troca não é diferente. É como um daqueles filmes onde uma pessoa vê espíritos, mas o espectador fica aflito ao ver que ninguém acredita na história contada. Uma situação semelhante, mas muito pior, acontece com Christine Collins. Não bastasse passar pelo drama de perder o filho, a mulher é forçada a conviver com um menino que não conhece e que toda a sociedade acredita ser seu filho.

Obviamente, quando Christine começa a dar problemas, a polícia de Los Angeles usa do poder para chama-la de louca e desacredita-la, apoiada pela mídia e pelos cidadãos. E será que esta situação está tão longe da nossa? Uma voz, esmagada e silenciada pelo poder corrupto e deprimida pela falta de justiça no mundo. Angelina Jolie brilha como a Sra. Collins, com um atuação que lhe rendeu uma bem merecida indicação ao Oscar. Seu rosto, normalmente tão sensual e seguro, mostra uma face triste, capaz de transmitir os sentimentos mais profundos da personagem para os espectadores.

Dezenas de outros elogios técnicos podem ser feitos sobre A Troca. O talento de John Malkovich como o Reverendo que ajuda Christine, a maquiagem que complementou a doença proveniente da tristeza de Angelina Jolie, a fotografia maravilhosa e a direção de arte impecável de recriação de uma Los Angeles que nada tinha de glamourosa, com carros antigos e ruas escuras. As câmeras próximas, angustiantes e apertadas que transmitem a atmosfera de desespero e desolação de Christine. Embora todos estes aspectos chamem a atenção, o que faz A Troca especial é a história (baseada em fatos reais) de uma mulher cuja perseverança serviu de exemplo para a sociedade que acreditava que justiça não poderia ser feita.


NOTÌCIAS: Como eu não vou dar ao MTV Movie Awards o espaço de post inteiro, pelo simples fato de que não o respeito como prêmio, o mencionarei aqui. Posso levar pedradas na rua por dizer isso, mas todo bom cinéfilo, amante de cinema, profissional do ramo ou simplesmente uma pessoa com bom senso sabe que o prêmio reflete popularidade e não qualidade. Para provar, basta falar do prêmio principal da noite, de Melhor Filme que foi para o péssimo Crepúsculo, deixando para trás Slumdog Millionaire e O Leitor. Além desta atrocidade óbvia, os igualmente péssimos Kristen Stewart e Robert Pattinson também levaram suas pipocas de ouro, desbancando atrizes como Kate Winslet e Taraji P. Henson. Brincadeira.


Fico por aqui hoje!

Até breve!