segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Ever After


Ficha Técnica:

Para Sempre Cinderella (Ever After) EUA 1998

"Desire. Defy. Escape"

Diretor: Andy Tennant

Estúdio: Twentieth Century Fox - Film Corporation

Elenco: Drew Barrymore, Anjelica Huston, Dougray Scott, Melanie Lynksey, Megan Dodds.


Para Sempre Cinderella narra a "verdadeira" história do lendário conto de fada por um ponto de vista completamente novo. A jovem e boa Danielle de Barbarac perde sua mãe quando nova e depois que seu pai se casa com a Baronesa Rodmilla de Ghent, também falece. A vida de Danielle se transforma em um inferno, onde a Baronesa e sua filha mais velha Margherite a obrigam a fazer todos os serviços da criadagem. Certo dia, ela conhece o príncipe da França Henry, e eles se apaixonam perdidamente. O problema é que Danielle finge ser uma Condessa e o seu amor correr o risco de ser arruinado pelos planos da cruel madrasta.

A história de Cinderella nunca foi contada com tanta emoção e humanidade como neste filme maravilhoso. Drew Barrymorre é verdadeiramente um anjo no papel da doce, mas forte Danielle de Barbarac e sua história de perseverança e coragem atravessa os séculos para dar lições de amor aos mais incrédulos. Danielle prova que é possível ser altruísta e bondosa, mesmo quando a vida judia dela constantemente. É justamente sua visão positiva e inovadora que faz com que o inseguro príncipe se apaixone por ela e passe a vê-la além dos títulos.

Ninguém podia ser melhor para o papel da madrasta do que a brilhante Anjelica Huston, que o executa com uma crueldade quase gentil, o que só a a torna pior. A história de amor de Henry e Danielle passa pelas mãos do rei e da rainha da França, da cruel madrasta e sua filha ainda pior, pelas dificuldades da posição, apenas para provar que o importante nao é viver feliz para sempre, mas simplesmente viver.


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domingo, 28 de setembro de 2008

Fool's Gold


Ficha Técnica:

Um Amor de Tesouro (Fool's Gold) EUA 2008

"This february, true love takes a dive"

Diretor: Andy Tennant

Estúdio: Warner Bros Pictures
Elenco: Mathew McConaughey, Kate Hudson, Donald Sutherland, Ray Winstone


Finn e Tess tem duas paixões em comum: um ao outro e a caça ao tesouro. Quando Tess resolve de divorciar do marido sonhador, Finn vê no famoso tesouro do dote da rainha da espanha sua única esperança de recuperar as finanças e o amor da mulher. Devendo dinheiro a um rapper, aliados a um milionário com a filha socialite burra, Finn e Tess partem em busca do tesouro nas Bahamas, e acabam encontrando mais problemas do que esperavam.

Esta não é a primeira vez que Kate Hudson e Mathew McConaughey dividem as telas como par romântico. E exatamente como em "Como perder um homem em 10 dias", eles possuem uma química adorável e muito convincente. Este é provavelmente o elemento mais forte de Um Amor de Tesouro, contrabalanceando as cenas de açao um tanto fracas e a história não muito original. O longa não é fantástico, mas é extremamente divertido e arranca boas risadas do espectador que acompanha ansioso a velha história de caça ao tesouro. Como em outros filmes light, até os "vilões" são abestalhados e não pensam muito antes de agir. Na verdade, é tudo (menos o relacionamento) quase fácil demais para Tess e Finn.

O cenário é naturalmente deslumbrante: as ilhas paradisíacas das Bahamas servem de palco para a aventura do casal e dos outros personangens igualmente divertidos. Donald Sutherland intepreta o milionário judiado pela filha, e que vê na caça uma boa oportunidade de se aproximar da patricinha desinteressada. Ray Winstone é o grosseiro (como sempre) mas divertido rival de Finn, que embora cace o tesouro, não deseja nada de ruim para o velho amigo. O charme está nos diálogos sensacionais realizados entre os ambos muito charmosos atores Kate Hudson e Mathew McCounaughey. Ela, irreverente e de língua afiada e ele estabanado e bonitão. Uma combinação ideal para uma busca desesperada por um tesouro quase lendário, que gera risos, explosões, aventura e nenhuma surpresa.


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sábado, 27 de setembro de 2008

Eagle Eye


Ficha Técnica:

Controle Absoluto (Eagle Eye) EUA 2008
"If you want to live, you will obey"

Diretor: D.J Caruso
Estúdio: DreamWorks SKG

Elenco: Shia LaBeouf, Michelle Monaghan, Rosario Dawson, Billy Bob Thornton.


Jerry Shaw e Rachel Holloman são dois estranhos, cidadãos comuns que se vêem jogados no meio de uma disputa de poder inimaginável, ao receberem uma ligação misteriosa de uma mulher que os ameaça e os ordena fazer tudo que manda. Jerry e Rachel são monitorados através de telefones, pagers, câmeras de segurança ou qualquer outro objeto tecnológico do dia a dia com o qual tem contato e as tarefas que são forçados a realizarem para a mulher misteriosa vão ficando cada vez mais perigosas e próximas da alta cadeia de poder dos Estados Unidos. Enquanto tentam descobrir o que está acontecendo, são perseguidos pelo agente do FBI Thomas Morgan e a oficial da Marinha Zoe Perez.

Controle Absoluto começa em ritmo lento, mas não demora minutos para assumir a aceleração que o acompanhará durante cada segundo seguido. O espectador é jogado em perseguições de carro, missões suicidas, explosões, conspirações e muita gritaria enquanto roe as unhas de aflição pelo destino de Jerry e Rachel, escolhidos do acaso para um golpe de poder imenso. O filme em si é aflitivo, mas completamente inacreditável. Por diversas vezes ele foge de proporção, dando uma sensação inevitável de incredulidade no espectador. Apesar disso, a trama é extremamente atual: em uma era onde tudo é digital, já é preocupação crescente nas discussões sobre direitos humanos, até que ponto somos controlados, escravos dos computadores e da tecnologia feita para nos ajudar. O filme alia a discussão da tecnologia, com a guerra contra o terrorismo: como estes dois mundos podem culminar em uma nação (americana claro) amedrontada? Somente por estes dois fatores que Controle Absoluto escapa de ser mais um filme de ação com idéias mirabolantes.

Embora eu goste de Shia LABeouf, sou forçada a admitir que o rapaz não possui muita versatilidade. Já trabalhou em diversos projetos, e em todos é o mesmo garoto confuso e levemente abestalhado, mas com incríveis dotes para herói por acidente. Michelle Monaghan está tão boa quanto possível, mas os dois melhores atores são Rosario Dawson (Zoe Perez) e o veterano ex marido de Angelina Jolie Billy Bob Thornton (Agente Thomas Morgan). Controle Absoluto tem muitos defeitos, mas felizmente a qualidade da história e a boa direção do pouco conhecido D.J Caruso, lhes dão a qualidade necessária para um thriller divertido e que deixa os espectadores mais atentos pensando.


NOVIDADES: As coisas não vão bem para o cinema americano. O esperado Tintin foi cancelado por ter um custo alto demais, devido à crise na bolsa. Além disso, Watchmen (estréia prevista para 2009) e O Hobbit estão enfrentando processos e risco de cancelamento. Neste segundo que ainda está sendo iniciado, o filho do escritor J.R.R Tolkien está exigindo que o livro não seja adaptado para as telonas. Christopher Tolkien, que não viu Senhor dos Anéis e não gostou, entrou na justiça para cancelar as filmagens.


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quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Hairspray


Ficha Técnica:

Hairspray (Hairspray) EUA 2007

"Who's who behind the do?"

Diretor: Adam Shankman

Estúdio: Gabriel Simon Production Services

Elenco: John Travolta, Christopher Walken, Michelle Pfeiffer, Queen Latifah, Amanda Bynes, Nikki Blonski, Zac Efron, James Marsden, Brittany Snow.


Na Baltimore de 1962, auge dos programas Bandstand e ainda na época do devastador apertheid, uma garota chama Tracy Turnblad decide tentar entrar no programa de dança "The Corny Collins Show" onde os jovens mais badalados competem pelo posto de dançarinos. O problema é que Tracy é um pouco... "grande" demais para os padrões da inescrupulosa produtora Velma Von Tussle. Superando as dificuldades, Tracy começa a quebrar as regras, e mostrar ao mundo que os diferentes não são tão diferentes assim, e transforma seu desejo de dançar em uma furiosa paixão para mudar o mudo, acabar com o racismo, e unir todas as pessoas pelo ritmo da música.

Hairspray (que é também estrondoso sucesso na Broadway) é simplesmente perfeito. Adorável, alegre, animado e educativo. A jovem Nikki Blonski, brilha no papel da gordinha e obstinada Tracy, e o restante do elenco é tão grande quanto a vontade da personagem. John Travolta aparece como Edna, mãe de Tracy, em um dos melhores papéis de sua carreira: tímido, inseguro como nunca havia aparecido antes, o ator normalmente garanhão mostra ao público do que é capaz. Christopher Walken interpreta o desastrado pai de Tracy e Queen Latifah mostra toda a sua força (e voz) como a apresentadora do "Dia do Negro" no programa de Corny Collins.

Além do elenco, que é boa parte da força do filme, Hairspray tem coreografias contagiantes, uma história envolvente e uma comovente lição sobre aceitar o diferente. A cena da marcha pelos direitos dos negros ao som da voz poderosa de Queen Latifah, é sem´dúvida a mais bonita do longa, e abandona, ainda que por breve segundos, o teor brincalhão da produção. Tracy é o próprio símbolo anti-preconceito, uma pessoa, que bastou para mudar a visão do mundo sobre quem deveria ou não ser aceito. A garota dança bem, tem um grande coração, e como um bom clichê, seu jeito diferente acaba conquistando o bonitão da escola (Zac Effron de High School Musical) que também é namorado da rival loira e magérrima de Turnblad. Embora seja óbvio, Hairspray não é bobo. É um musical, e cumpre bem seu papel de divertir e educar ainda que sutilmente, mesmo os públicos mais resistentes.


NOVIDADES: O comediante Steve Martin volta às telas do cinema no papel do estabanado inspetor Clouseau de "A Pantera Cor de Rosa" em 2009. Desta vez, o detetive e seu parceiro Ponton, (interpretado novamente por Jean Reno) devem pegar um ladrão especializado em roubar artefatos antigos. O elenco traz ainda Andy Garcia, Alfred Molina, a belíssima Aishwarya Rai e John Cleese que substitui Kevin Kline no papel do inspetor chefe Dreyfus.


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terça-feira, 23 de setembro de 2008

I Now Pronounce You Chuck and Larry


Ficha Técnica:

Eu os declaro marido e Larry (I Now Pronounce you Chuck and Larry) EUA 2007

"They're as straight as can be, but don´t tell anyone"

Diretor: Denis Dugan

Estúdio: Universal Pictures
Elenco: Kevin James, Adam Sandler, Jessica Biel, Ving Rhames, Dan Aykroyd


Depois da morte da esposa, o bombeiro Larry Valentine corre o risco de perder os benefícios de casais que o ajudam a sustentar os dois filhos. Depois que Larry salva a vida do melhor amigo e também bombeiro Chuck em um incêndio, ele acaba pedindo um favor. Eles devem se casar como homossexuais para que Larry continue recebendo os benefícios. O problema é que este tipo de fraude é comum e o estado logo coloca o insistente oficial de justiça no pé do falso casal, e eles contratam uma belíssima advogada, Alex, para defendê-los no tribunal. Quando Chuck começa a se apaixonar por Alex, a verdade ameaça vir a tona e torna a vida de todos os envolvidos uma confusão.

Kevin James do seriado "The King of Queens" e o comediante já conhecido em Hollywood, Adam Sandler se unem de forma cômica e adorável neste filme leve e divertido. Chuck (Sandler) é um solteirão mulherengo, que acaba encontrando no falso casamento com o amigo, os valores que ele precisava ter para largar a vida de promiscuidade. No fim das contas, tanto Chuck quanto Larry aprendem duas valiosas lições: a de dizer não ao preconceito que atormenta a vida de pessoas inocentes e do valor da amizade que supera todas as dificuldades e humilhações. Ao contrário da maioria das comédias americanas, Eu os declaro marido e Larry não se baseia apenas nas velhas e estúpidas piadas sobre sexo. O filme não é super inteligente, nem inovador, nem possui elementos dignos de Oscar, mas seu objetivo não é este mesmo. Ele entretém pelo simples, pelo inocente, pelo puramente divertido, sem depender de efeitos especiais ou beldades cinematográficas.

Uma comédia leve, de bom gosto, com boas lições e excelentes atores. Um must see para aqueles que querem apenas se divertir.


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domingo, 21 de setembro de 2008

Babylon A.D


Ficha Técnica:

Missão Babilônia (Babylon A.D) EUA 2008

Diretor: Mathieu Kassovitz

Estúdio: Canal +

Elenco: Vin Diesel, Michelle Yeoh, Gérard Depardieu, Mélanie Thierry


Em um futuro não muito distante e assolado por guerras, o ex-veterano de guerra e agora mercenário Toorop recebe a difícil missão de escoltar uma jovem da Rússia até Nova York. Seu problema: ele está na lista de mais procurados terroristas dos EUA e a travessia não é fácil. Seu maior segredo: a jovem Aurora guarda uma modificação genética em si mesma capaz de transtornar o mundo através do lucro religioso.

Não sei se estava fortemente anestesiada pelo desastre de "Perigo em Bangkok", mas não consegui achar Missão Babilônia tão ruim. Tudo bem, não é exatamente um filme inteligente e repleto de surpresas mas ainda assim consegue ter o seu charme bruto, exatamente como Vin Diesel que interpreta Toorop. Vin Diesel até hoje não deu demonstração alguma de que pretende ser levado a sério e conta com inúmeras gafes no currículo como "A Batalha de Riddick" e "Operação Babá". Outros novos Stallones como Dwayne Johnson (The Rock) assumiram o posto de atores de ação supermalhados, mas que conseguem fazer mais do que lhes é exigido. Voltando a Babilônia, Vin Diesel não é um desses atores. As falas de efeito são bem óbvias e um tanto forçadas, mas isso não impede que o espectador se divirta da forma mais simples com as complicações da trama futurista.

Gérard Depardieu, veterano ator francês, é reduzido a um clichê de vilão russo da pior espécie, mostrando uma séria decadência na carreira. A jovem francesa que interpreta Aurora, é uma beldade rara e sua atuação também não é um total desastre. A justificativa religiosa para o misterioso transporte de Aurora é bem atual e a surpresa de sua genética é bem interessante. Missão Babilônia dá ao espectador algumas surpresas, deixa-os um tanto tensos e ansiosos, e acima de tudo cumpre bem o seu papel de divertir sem questionamento, um filme onde os espectadores saem como entraram: folhas em branco, despreocupados e não tão contentes.


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sábado, 20 de setembro de 2008

Bangkok Dangerous


Ficha Técnica:

Perigo em Bangkok (Bangkok Dangerous) EUA 2008

"There's only one way out"

Diretores: Oxide Pang Chun e Danny Pang

Estúdio: Bangkok Dangerous

Elenco: Nicolas Cage, Shahkrit Yamnarm, Charlie Yeung.


O assassino profissional Joe, viaja para a Tailândia onde recebe trabalho após trabalho através de um inocente mensageiro chamado Kong. Impressionado por suas habilidades, Kong pede para se tornar aprendiz do homem que ele admira por matar os maus elementos de Bangkok. A proximidade de Joe com Kong, e o inesperado amor por uma atendente surda-muda de uma farmácia, levam o assassino a questionar sua própria vida e ele é obrigado a fugir dos homens que o contrataram.

Como se o título rídiculo não fosse suficiente, Perigo em Bangkok é uma excelente demonstração do que um filme de ação não deveria ser. A história começa do nada e acaba em lugar nenhum e o recheio entre este péssimo começo e horrível fim é ainda pior. Tudo acontece rápido, sem explicação, sem preocupação com definir um roteiro e muito menos uma sequência decente de acontecimentos. Joe se apaixona por uma mulher que nunca viu, o espectador não vê a relação acontecendo e de repente ele está tomando chá na casa da família. Os momentos "a lá Karate Kid" no treinamento de Kong dão uma nova definição da palavra ridículo. Ao que tudo indica, os diretores pensaram em um personagem e o arremessaram na tela sem enredo ou justificativa.

Nicolas Cage, que se recusa a ficar careca, está com um implante horrível de cabelo comprido e que parece constantemente sujo e a imagem de assassino implacável ficou para trás. Cage, bom ator de recentes e antigos sucessos como o brilhante "Senhor das Armas" ou o clássico "A Rocha" atinge um ponto raramente visto na carreira de um ator do seu calibre: investimento em um filme independente com cara de superprodução. Muitos tiros, muita explosão, muita matança, mas MUITO, MUITO tédio para um espectador minimamente interessado. Simplesmente um erro de roteiro, de elenco, de execução e direção.


NOVIDADES: E está em cartaz este final de semana o FICI, Festival Internacional de Cinema Infantil no Pátio Savassi em Belo Horizonte. O festival conta com gincanas, exibição de filmes de diversas nacionalidades e ingressos a preço de banana para os pais que quiserem acompanhar os pequeninos neste interessante descobrimento da sétima arte.


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quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Mr. Bean's Holiday


Ficha Técnica:

Férias de Mr. Bean (Mr. Bean's Holiday) UK 2007

"Disaster has a passport"

Diretor: Steve Bendelack

Estúdio: Universal Pictures

Elenco: Rowan Atkinson, Willem Dafoe, Emma de Caunes, Max Baldry


O notório persoanagem inglês está de volta nesta divertida aventura. Mr. Bean ganha, em uma rifa de igreja, uma passagem para Cannes, na França, e uma câmera filmadora. Desastrado como sempre, o homem comete erros inimagináveis e acaba sendo responsável por separar o filho de um famoso crítico de cinema de seu pai. Como ambos precisam ir a Cannes, Mr. Bean e o jovem rapaz se unem em uma aventura cômica e inesperada, lutando contra as adversidades e sendo ajudados pela bela atriz francesa Sabine.

Particularmente, embora ache Rowan Atkinson um dos atores mais engraçados da atualidade, eu não gosto do seriado inglês Mr. Bean. Mas o filme dá um novo olhar, mais crítico e mais atento ao abestalhado personagem. O documentário, típico de turistas que filmam tudo, que Mr. Bean faz de sua tortuosa viagem, rende ainda mais risadas para o público deliciado, mas aflito em presenciar as desaventuras do palhaço. O incrível sobre Atkinson é que ele consegue, sozinho, com a ajuda de apenas alguns objetos, lançar a platéia num mar de riso interminável, e que nada tem a ver com o costumeiro besteirol americano. Os ingleses já provaram através do infame grupo Monty Python, que tem mais classe do que os "ianques" e voltam com o humor inteligentemente inocente em As Férias de Mr.Bean. O personagem gera uma simpatia imediata do espectador, que embora ria de suas desagradáveis situações, torce para que ele , depois de muitas e muitas volta, atinja o seu objetivo.

O filme faz também uma crítica ferrenha ao popular Festival de Cannes, famoso por premiar filmes que o grande público jura não compreender. O papel controverso de Willem Dafoe é o do diretor Carson Clay, que realiza mais uma destas produções sem pé nem cabeça e que espera conquistar Cannes com a falsa inteligência no melhor estilo A nova roupa do rei. A espontaneidade e sinceridade do fracassado Mr. Bean se provam então mais interessantes do que a arrogância do bem sucedido diretor. Atkinson conquista o público com suas caras e bocas e o diretor conquista a crítica com uma visão menos "idiota" do ídolo inglês da boa comédia!


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quarta-feira, 17 de setembro de 2008

The Others


Ficha Técnica:

Os Outros (The Others) EUA 2001

"No door is opened before the previous one is closed"

Diretor: Alejandro Amenábar

Estúdio: Cruise/Wanger Productions

Elenco: Nicole Kidman, Fionulla Flanagan, Christopher Eccleston, Alakina Mann, James Bentley


Grace é uma mulher dedicada que se muda com os filhos Anne e Nicholas, para uma mansão em Jersey no fim da Segunda Guerra Mundial. Enquanto espera pelo marido voltar da batalha, Grace deve proteger os dois filhos fotosensíveis do contato direto com a luz do sol, mantendo as cortinas e portas da casa fechadas a todo momento. Quando um grupo de serventes é contratado para ajudar Grace, as regras começam a ser quebradas e as consequências são assustadoras e inimagináveis.

Os Outros é especial principalmente graças ao surpreendente final. Claro que não falaremos disso aqui, mas além de surpreendente, ele possui todos os elementos de um bom filme de suspense. A situação com que Grace vive já é naturalmente assustadora: uma casa antiga e empoeirada que deve permanecer no mais absoluto escuro mesmo durante as horas claras do dia, já dá ao espectador uma sensação de angústia pelas crianças que não podem brincar no jardim ou pela mãe que se desgasta 24 horas por dia tentando evitar que os filhos se machuquem. Para complementar o (aparentemente) não suficiente sofrimento da mulher, ela é obrigada a lidar com aparições fantasmagórica que insistem em abrir as cortinas, como se quisessem ferir os meninos.

Nicole Kidman nunca deixou de impressionar. Mas seu desespero como Grace Stewart em Os Outros a eleva a um novo patamar de atuações. Durante toda a duração do longa, Kidman mantém os olhos abertos demais, atentos e nervosos, em uma sensação de constante preocupação que só os bons atores conseguem transmitir. Além disso, em um mundo onde o horror é sinônimo de sangue ou violência, Os Outros surpreende pela tensa delicadeza das "assombrações" que incomodam a vida da família. Em momento algum o espectador se sente enojado. Está sempre atento, ansioso, curioso para descobrir exatamente o que provocou a entrada das entidades da velha casa. Fazendo isso e fornecendo uma excelente surpresa no final, Os Outros captura a atenção de multidões que apreciam os novos filmes de suspense feitos com classe e um toque de pânico.


NOVIDADES: Rumores cercam os irmãos Gyllenhaal para o papel dos Super Gêmeos no filme da Liga da Justiça, que tem previsão de estréia para 2011. Jake Gyllehaal de "Brockeback Mountain" e Maggie Gyllehaal de "Batman: O Cavaleiro das Trevas" ainda não se pronunciaram sobre o fato.


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segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Lucky Number Slevin


Ficha Técnica:

Xeque Mate (Lucky Number Slevin) EUA 2006

"Wrong time. Wrong place. Wrong Number"

Diretor: Paul McGuigan

Estúdio: Capitol Films

Elenco: Josh Hartnett, Bruce Willis, Lucy Liu, Ben Kingsley, Morgan Freeman.


Em um terrível caso de identidades trocadas, o bem humorado Slevin se encontra no lugar errado e na hora errada, e acaba se engajando em uma guerra entre os dois maiores senhores do crime: O Rabino e O Chefe. Slevin passa a ser vigiado pelo assassino Godkat e por um implacável detetive, e através de diversos acontecimentos que parecem não estar relacionados, começa a planejar seu próprio plano contra os senhores do crime antes que eles consigam encurralá-lo.

Xeque Mate não pode ser definido como apenas um tipo de filme. Ele consegue unir o melhor de vários gêneros. Embora tenha cenas de violência muito fortes, não é nisso que o longa se baseia. Na realidade é exatamente o contrário: em Xeque Mate, cada cena, cada fala, cada movimento conta na compreensão da complicada trama que promete surpresas e satisfação do espectador mais exigente. Os diálogos são rápidos e inteligentes, e embora sejam pouco realistas, são elegantes e divertidos como só Hollywood pode fazer. O elenco é excelente e mostra todos os atores em suas melhores formas: Bruce Willis está frio e irônico como o assassino Godkat, Morgan Freeman e Ben Kingsley, dois grandes nomes do cinema, competem pelo posto de chefão do crime enquanto o atordoado Josh Hartnett prova ser capaz de incríveis transformações no desenrolar do longa.

Entre jogos de xadrez, apostas de cavalos e mistérios a serem revelados, Xeque Mate mantém o público preso do começo ao fim, ansioso por respostas e admirando os estranhos métodos dos poderosos e também dos fracos.


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domingo, 14 de setembro de 2008

Blindness


Ficha Técnica:

Ensaio sobre a Cegueira (Blindness) EUA 2008

"The only thing worse than being blind, is being the only one who can see"

Diretor: Fernando Meirelles

Estúdio: Focus Features

Elenco: Mark Ruffalo, Julianne Moore, Alice Braga, Gael Garcia Bernal, Danny Glover


Uma cidade (fictícia ou não esclarecida) é devastada por uma epidemia de cegueira que passa a ser conhecida como "cegueira branca" já que ao invés da ausência de cores, o doente passa a ver o mundo cem por cento branco. A doença é altamente contagiosa e os primeiros infectados são isolados em quarentena em um hospital abandonado e sem recursos, onde recebem comida racionada, vivem em condições de pouca higiene e instalam o caos.

Horrível. Esta é a palavra exata para descrever Ensaio sobre a cegueira. Mas não estou falando do filme, nem da execução, nem dos atores. Estou falando da condição a qual os seres humanos são facilmente reduzidos por uma terrível epidemia. Não é difícil pintar um quadro da situação: cegos desconhecidos, vivendo em um lugar sem cuidados, defecando no chão, comendo o que lhes põe na frente e lentamente sendo degradados, tendo a dignidade roubada de forma rude e primitiva. As situações que são apresentadas aos personagens são absolutamente horripilantes: não pelo fato de serem cegos, mas pelo egoísmo com que algumas pessoas conseguem transformar a vida de outras em um inferno na Terra.

A direção do brasileiro Fernando Meirelles, é uma das melhores que já vi e ele consegue transmitir com perfeição para o espectador (muitas vezes indignado) o nojo, a repulsa e a dificuldade de se viver na condição de um animal, maltratado, sujo, incapaz de cuidar de si próprio. A cena de abuso sexual, para os de estômago forte, teve de ser modificada depois de sérias críticas à violência explícita que ali se expunha. É desconcertante ver como todos os valores que nos são cuidadosamente ensinados durante a vida, se esvaem na hora da sobrevivência animalesa, onde o que prevalece é a lei do mais forte. A excelente Julianne Moore interpreta a única mulher capaz de enxergar neste universo de loucos, e descobre que talvez fosse melhor estar cega, já que ela presencia (em segredo) todas as barbáries em primeiro plano. Mas no fim das contas, é sua bondade e paciência que voltam a mostrar às pessoas que elas são mais fortes juntas, mas que nem sempre isto é possível.

O filme é feito para pensar. Para refletir sobre o que nos torna humanos, sobre até que ponto somos altruístas. Garanto que você não sairá da sala de cinema se sentindo despreocupado. A função de Meirelles foi cumprida quando ele dá ao espectador a sensação de angústia inevitável de um bom filme sobre as complexidades humanas.


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sábado, 13 de setembro de 2008

Mamma Mia!


Ficha Técnica:

Mamma Mia! (Mamma Mia) EUA 2008

"Take a trip down the aisle you'll never forget"

Diretora: Phyllida Loyd

Estúdio: Universal Pictures
Elenco: Amanda Seyfried, Stellan Skarsgard, Pierce Brosnan, Colin Firth, Meryl Streep, Julie Walters, Christine Baranski.


Sophie é uma jovem adorável prestes a se casar em uma belíssima ilha na Grécia onde ela mora com sua mãe, Donna. Mas Sophie tem um desejo muito forte: ela quer que seu pai, a quem ela nunca conheceu, a leve pelo altar. O único problema é que ela não sabe quem ele é, e depois de achar o diário da mãe, Sophie descobre que houveram três homens na mesma época e que podem ser seus pais: Sam, Harry e Bill. Ela então manda convites para o três que aparecem na ilha sem que Donna saiba, e tem início uma divertida confusão, regada por muita música e dança.

Mamma Mia! é baseado no espetacular musical da Broadway de mesmo nome. Embora o musical seja mais envolvente para o público, o filme conta com recursos visuais e cenários dos quais um palco não dispõe. Fora isso, são praticamente idênticos e igualmente divertidos. Um filme light, sem ambições de ser inteligente, mas com diversão suficiente para fazer o espectador querer levantar da cadeira e se juntar a uma festa que promete ser maravilhosa. A trilha sonora é do grupo sueco da década de 80, ABBA, e contribui para o clima de festa e alegria que decora a produção. As conhecidas músicas "Dancing Queen" e "Gimme, Gimme, Gimme" entre outras, aliadas a atuação perfeita e deliciosa dos veteranos como Meryl Streep e Pierce Brosnan, tornam cada cena uma surpresa agradável que provoca sorrisos ou risadas convencidas de uma platéia satisfeita.

Amanda Seyfried cumpre muito bem o papel da recém saída da adolescência Sophie, e conquista o público com seu jeito angelical. Já as amigas de Donna (Meryl Streep) são dois opostos perfeitos, e principal motivo de risadas, em especial Julie Walters de "Harry Potter", que assume o papel da estabanada Rosie. O cenário é maravilhoso, a história light, os atores excelentes, a trilha sonora excepcional. Mamma Mia! é diversão garantida para todos os fãs do gênero musical, ou para quem está simplesmente procurando se divertir!


ESTRÉIAS: Além de Mamma Mia!, estrearam ontem no Brasil outros dois filmes de grande porte. O comentado "Ensaio sobre a Cegueira" de Fernando Meirelles, conta a história de uma epidemia de cegueira que assolou a população instalando o caos. O elenco traz Julianne Moore, Mark Ruffalo, Gael Garcia Bernal, e a brasileira talentosa Alice Braga. Estreou também o filme de ação "Perigo em Bangkok" que narra a história de um assassino profissional que deve salvar a vida de um bom homem. O elenco traz Nicolas Cage no papel do assassino Joe.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Pride and Prejudice


Ficha Técnica:

Orgulho e Preconceito (Pride and Prejudice) EUA 2005

"Sometimes, the last person on earth you wanna be with, is the one you can't be without"

Diretor: Joe Wright

Estúdio: Focus Features

Elenco: Keira Knightley, Rosamund Pike, Donald Sutherland, Simon Woods, Mathew Mcfayden


Na Inglaterra georgiana, cinco irmãs de família humilde, Jane, Elizabeth, Mary, Kitty e Lydia tem suas vidas viradas de cabeça para baixo quando o rico Sr. Bingley e o amigo Sr. Darcy lhes fazem uma visita. A perspectiva de um bom casamento é excelente para a família que necesita do dinheiro para subir de vida e assegurar o futuro. O Sr. Bingley se apaixona pela bela irmã mais velha Jane e a pede em casamento. Enquanto isso, uma estranha relação se estabelece entre o fechado e orgulhoso Sr. Darcy e a irreverente e também orgulhosa Elizabeth que trava constantes brigas com o estranho, até perceber que um sentimento está surgindo devido às suas inúmeras semelhanças.

Orgulho e Preconceito, assim como seu "sucessor" "Desejo e Reparação", conta principalmente com lindos cenários e boas atuações. Pela primeira vez, Keira Knightley me conquistou (ainda não acho a atuação digna do Oscar para o qual foi indicada mas...) com o papel de Elizabeth, uma mulher muito a frente de seu tempo, que não possuía paciência alguma pelas idolatrias das famílias ricas ou pelos tediosos bailes e conversas. Uma moça rebelde, que tem seu coração arrebatado pelo homem mais frio e mais desprezível aos seus olhos, prova de que o amor é constantemente confundido com o ódio.

O pouco conhecido Matthew Mcfayden é charmoso, conquistador e um cavalheiro que sem dúvida povoa os sonhos de todas as mulheres que assistem à sua brilhante atuação em Orgulho e Preconceito. Igualmente boas, estão os veteranos Donald Sutherland que faz o papel do cansado pai de Elizabeth e Judi Dench, em breve, mas marcante aparição no papel da seca e pretensiosa Lady Catherine de Bourg. A boa fotografia e bons atores marcam Orgulho e Preconceito como um dos melhores e mais elegantes romances desta geração. Uma excelente escolha!


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quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Dragonfly


Ficha Técnica:

O Mistério da Libélula (Dragonfly) EUA 2002

"When someone you love dies...are they gone forever?

Diretor: Tom Shadyac

Estúdio: Universal Pictures

Elenco: Kevin Costner, Susanna Thompson, Kathy Bates


Emily Darrow é uma mulher bondosa que dedicou sua vida a cuidar dos desafortunados. Mas Emily morre grávida em uma missão da cruz vermelha na Venezuela e a partir deste trágico dia, seu marido Joe, dá início a um sofrimento sem igual. Mas pouco tempo depois de sua morte, Joe começa a receber estranhos sinais, a maioria relacionados com uma libélula, o animal preferido de Emily. Joe começa a acreditar que a esposa não está morta e parte em um missão para descobrir a verdade nas selvas da Venezuela.

O Mistério da Libélula é um filme de suspense, mas é feito com uma delicadeza rara no gênero. A história de amor de Emily e Joe nada tem de extraordinário, mas é belo por sua simplicidade, e as "assombrações" feitas pela falecida esposa não são assustadoras, mas tem um claro tom de carinho e alerta, mas começam a ficar mais escandalosos a medida que o marido se torna mais incrédulo.

Kevin Costner atua no filme praticamente sozinho e prova ser mais do que suficiente para encher os olhos do espectador. Sua atuação é impecável, seu sofrimento é convincente e suas razões inquestionáveis, tornando o personagem do médico tão bom quanto a história e o excelente e surpreendente final. Um bom filme mesmo para os relutantes ao gênero.


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Até breve!

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Enemy at the Gates


Ficha Técnica:

Círculo de Fogo (Enemy at the Gates) EUA 2001

"A battle between two nations became a conflict between two men"

Diretor: Jean-Jacques Annaud

Estúdio: Paramount Pictures
Elenco: Jude Law, Joseph Fiennes, Ed Harris, Rachel Weisz


Na batalha de Stalingrado na segunda guerra mundial, o atirador de elite russo Vassili Zaitsev mata os alemães um por um, desmoralizando-os, enquanto é transformado em herói pelo amigo escritor Danilov. Danilov e Zaitsev se apaixonam pela mesma mulher, Tanya, e enquanto brigam pelo seu amor, o habilidoso major alemão Konig, que também é atirador de elite, vem destruir Vassili e dar forças aos seus exércitos. Tem início então uma inescrupulosa e furiosa batalha entre dois homens defendendo suas respectivas nações.

Círculo de Fogo ainda é para mim um dos melhores filmes de guerra já feitos. A perspectiva de atiradores de elite é muito pouco explorada no cinema e a guerra vista sob os olhos de dois homens com noções diferentes do certo e do errado torna a trama muito mais interessante. O filme explora o melhor do brilhante elenco: Jude Law interpreta o confuso e sujo Vassili Zaitsev, um homem talentoso mas desiludido, ao contrário de Danilov, interpretado por Joseph Fiennes, que é um homem patriota e que exalta os feitos da Rússia na guerra. Mais um poeta do que um soldado. Ed Harris é o obstinado e inescrupuloso oficial alemão Konig, que está, como Zaitsev, mais preocupado com seu orgulho pessoal do que com a defesa da Alemanha. Rachel Weisz é o oposto de uma mocinha jogada na guerra, e apresenta sem ser muito irreal, uma mulher forte, apaixonada e acima de tudo mais corajosa do que muitos dos soldados.

Com efeitos visuais brilhantes, um elenco na melhor forma, uma trama incomum e ritmo acelerado e tenso, Círculo de Fogo é uma aposta certa para os amantes de ação ou de filmes históricos.


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segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Hauru No Ugoko Shiro


Ficha Técnica:

O Castelo Animado (Hauru no Ugoko Shiro) Japão 2004

Diretor: Hayao Myazaki

Estúdio: Dentsu Music and Entertainment

Elenco: Chieko Baisho, Takuya Kimura, Daijiro Harada, Akihiro Miwa


Sofi é uma vendedora de chapéus simples e honesta que vive em uma cidade assombrada pelos rumores de um feiticeiro que rouba o coração das mulheres para comê-los. Quando uma bruxa transforma a jovem bonita em uma senhora velha e feia, a única esperança para Sofi é procurar a ajuda do temido mago Hauru e seus companheiros, em um estranho castelo que se movimenta. Sofi irá logo descobrir que Hauru é um homem misterioso, com muito mais segredos do que ela jamais imaginou.

Castelo Animado mostra mais uma vez a imaginação do genial diretor japonês Hayao Myazaki, de "Viagem de Chihiro". Em Castelo Animado, de forma mais leve do que Chihiro, Myazaki realiza um conto de fadas moderno e maduro, com todos os elementos incomuns que ilustram suas histórias e com o habitual charme incompreensível de seus personagens. O mago Hauru, é um homem de mistérios, um homem do bem, que deixa que pensem que ele é cruel. Sofi por sua vez é a garota tímida e sem auto-confiança, que deslumbra Hauru por sua sinceridade e fé na bondade das pessoas. A bruxa que transforma Sofi em uma velha, é uma alusão à personagem do Mágico de Oz e apesar da bondade de Sofi, se irrita com sua aparência.

Como em Chihiro, Sofi passa por uma viagem que a transforma completamente, mas acima de tudo ela é responsável por ensinar a Hauru que nem tudo deve ser como ele deseja, e como uma dama, ela o educa e o faz se apaixonar por ela. Uma história de amor tão inconvencional como as belas paisagens e o estilo impecável de Hayao Myazaki, que lhe rendeu uma indicação ao Oscar de melhor animação, além de outros prêmios e elogios da crítica mundial que consideraram o filme uma obra prima.


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sábado, 6 de setembro de 2008

Hellboy II - The Golden Army


Ficha Técnica:

Hellboy II - O Exército Dourado (Hellboy II - The Golden Army) EUA 2008

"Saving the world is a hell of a job"

Diretor: Guillermo del Toro

Estúdio: Dark Horse Entertainment

Elenco: Ron Perlman, Selma Blair, Doug Jones, Luke Goss, Anna Walton.


E direto das salas dos cinemas, vamos falar do novo filme do demônio herói que estreou ontem em todo o país.

A elite secreta do FBI composta pelo demônio Hellboy e companheiros, é convocada para uma missão de suma importância, quando um príncipe elfo rouba uma peça da lendária coroa de Bethmoora de um leilão. A coroa, dividida em três partes, dará ao príncipe Nuada o controle sobre o lendário e indestrutível exército dourado, e como ele, Nuada pretende travar a guerra contra os humanos. A última peça porém está na posse da irmã gêmea do príncipe, Nuala, que procura ajuda de Hellboy, Abe e Liz para lutar contra o irmão.

Por onde começar? Bem, melhor começar dizendo que não ouso comparar este filme com o desastre que foi o primeiro, e que merece ser esquecido. Em segundo lugar, devo apontar para mim, o defeito principal de Hellboy: o filme não consegue se aprofundar muito na história, não consegue criar aquela expectativa de quem será vitorioso, pois é extremamente previsível. Afora este fato, é um bom filme. Não excelente. Mas bom. O elemento de trama mais interessante é a maneira com que o "vilão", o temido príncipe Nuada é apresentado. Ele não tem um coração ruim, não quer dominar o mundo, não quer destruir tudo que vê pela frente. Ele simplesmente quer justiça para o seu povo que foi destruído pelos humanos tantas vezes antes. Nuada é uma espécie de ambientalista radical, que pela enésima vez no cinema, explicita a necessidade do homem de sempre ter mais, e sua falta de limites para saber quando parar e principalmente, sua total incapacidade de aceitar o diferente.

As criaturas mágicas que Nuada defende são "feias" como o próprio Hellboy, e por isso temidas pelos humanos. Temidas e caçadas. O próprio demônio enfrenta um dilema ao decidir de qual lado ele realmente está, uma vez que é desprezado pelos humanos. E estes dilemas morais tornam o filme mais forte do que seria com apenas um vilão movido pela ganância. E agora, ao principal: com Guillermo del Toro na direção, o filme adquiriu proporções épicas no quesito efeitos visuais. A imaginação de Del Toro não tem limites e suas criações mantém o espectador fascinado, deslumbrado pela originalidade dos cenários, personagens e histórias. Del Toro eleva o conto de fadas a um nível nunca visto antes e deixa no chinelo criadores de criaturas estranhas como George Lucas.

Afora a atuação de Ron Perlman como Hellboy que é simplesmente impecável, o restante do elenco não impressiona muito. Selma Blair está apagada como sempre, e Doug Jones que interpreta Abe está bem, mas nada digno de um Oscar. No geral, Hellboy impressiona. Ainda não é páreo para os colegas heróis como Batman e Iron Man, mas para um personagem tão complexo e tão pouco conhecido, este segundo filme lhe dá um bom começo para uma melhor reputação.


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sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Nanny McPhee


Ficha Técnica:

Nanny McPhee- Uma babá encantada (Nanny McPhee) EUA 2005

"Behave or Beware"

Diretor: Kirk Jones

Estúdio: Universal Pictures

Elenco: Emma Thompson, Colin Firth, Kelly MacDonald, Thomas Sangster, Angela Lansbury.


O viúvo Mr. Brown sofre com o sete adoráveis, mas energéticos filhos que expressam a falta da mãe com uma bagunça e desobediência constantes. No auge da impaciência, Mr. Brown é misteriosamente levado a uma babá um tanto controversa e feia, chamada Nanny McPhee que alerta que enquanto não a quiserem, mas precisarem dela, ela ficará, mas quando a quiserem e não mais precisarem, ela precisa partir. Nanny McPhee usa de métodos mágicos e misteriosos para ensinar as crianças, enquanto estas devem lidar com o casamento que foi imposto ao seu pai e ,claro, tentar sabota-lo.

Nanny McPhee pode ser entendido como uma cópia do clássico da década de 60, Mary Poppins, mas embora ambas as histórias sejam sobre babás encantadas, a proposta é inteiramente diferente. Nanny McPhee tem de fato o melhor estilo Disney de encantamento, mas apresenta temas um pouco mais atuais, lidando com as crianças que não sabem como refletir o sentimento de ausência de uma mãe. Os métodos de ensino da babá, nada tem de cruéis, mas procuram sim, voltar contra as crianças as maldades que elas mesmas fazem, ensinando como seria melhor se fossem simpáticas e sinceras.

Nanny McPhee não deixa a desejar no quesito visual nem de atuação. O filme possui um colorido que complementa o clima da história e atores impecáveis nos papéis principais. Colin Firth, sempre versátil, sempre excelente, interpreta o pai Mr. Brown com força e fragilidade ao mesmo tempo. A inglesa Emma Thompson encarna a misteriosa babá com gentileza e delicadeza, mas ao mesmo tempo enorme sabedoria. Um papel difícil e executado com maestria por Thompson. E a revelação do filme é sem dúvida o jovem Thomas Sangster, que faz o papel do menino mais velho, Simon. O jovem ator sabe controlar as emoções e transmiti-las para a tela como um veterano, sejam elas de revolta, medo, alegria, dúvida ou desafio.

Um excelente filme para crianças e uma boa escolha para os adultos que como eu, ainda não perderam a criança interior. Mágico em todos os sentidos!


CURIOSIDADES: O jovem Sangster que interpreta Peter está sendo rodeado de rumores sobre seu papel no próximo filme de Spielberg, Tintin que começa a ser filmado na primavera. Os agentes de Sangster não confirmaram nem desacreditaram o fato de que Sangster, hoje com 17 anos, intepretaria o papel principal, do repórter intrépido e corajoso dos quadrinhos de Herge.


ESTRÉIAS: Hoje estréia o novo filme do anti-herói demoníaco HellBoy. Depois do fracasso enorme do primeiro longa, o brilhante Guillermo del Toro de "O Labirinto do Fauno" assume a direção das novas aventuras do demônio e sua equipe que devem lutar contra uma força chamada de Exército Dourado. No elenco, Ron Perlman, Selma Blair e James Dodd. A crítica tem exaltado o projeto e as expectativas estão altas. Comprem suas pipocas!


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quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Minority Report


Ficha Técnica:

Minority Report - A Nova Lei (Minority Report) EUA 2002

"What would you do if you were accused of a murder you had not commited... yet?"

Diretor: Steven Spielberg

Estúdio: Twentieh Century Fox Film Corporation

Elenco: Tom Cruise, Colin Farrel, Max Von Sydow, Kathryn Morris, Samantha Morton.


John Anderton é um policial assombrado pela morte do filho. Anderton trabalha no programa chamado pré-crime, onde três pessoas com dons paranormais conhecidas como pre-cogs, prevêem assassinatos antes que estes ocorram, e os bandidos são presos antes que uma vida possa ser tirada. Anderton confia cem por cento no sistema, até que um dia, os pre-cogs veem um assassinato cometido por ele e o policial se vê forçado a iniciar uma fuga por uma vítima que ele não conhece. John inicia uma investigação, apenas para descobrir que o pré-crime pode ser tão falho quanto qualquer outro sistema.

Minority Report é absolutamente brilhante em seu roteiro e na execução. A história é cem por cento original, surpreendente e muito questionável do ponto de vista ético. É justo prender alguém pela simples intenção de matar? Este é o argumento que o veteraníssimo diretor Steven Spielberg utiliza para manter o espectador interessado no destino do homem que se torna vítima do sistema que sempre defendeu. Uma série de acontecimento que parece não ter ligação alguma pode culminar em um assassinato, com ou sem motivos. Agatha, a pre cog mais forte, sofre com seu dom e procura de todas as formas salvar Anderton do inevitável acontecimento.

Qualquer evento que dependa do tempo tende a deixar o espectador confuso. O fato de Anderton saber que iria cometer um assassinato é o que, no fim das contas, o leva de encontro a sua vítima. Isso dá a idéia de que nossa vida já está traçada, só precisamos passar por ela, gerando um sentimento de impotência. Mas a personagem intepretada pela brilhante Samantha Morton, Agatha, mostra a Anderton que os humanos são seres livres e que o destino e o futuro não os impedem de fazer escolhas certas. Tom Cruise está bem no papel de Anderton, mas nada que lhe renda uma indicação ao Oscar, e o (pessoalmente) antipático Colin Farrel, brilha como sempre no papel do policial que lidera a perseguição de Anderton e que não acredita no sistema do pré crime nem por um segundo.


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quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Armageddon


Ficha Técnica:

Armageddon (Armageddon) EUA 1998

"The Earth's Darkest day, will be man finest hour"

Diretor: Michael Bay

Estúdio: Touchstone Pictures

Elenco: Bruce Willis, Billy Bob Thornton, Ben Affleck, Liv Tyler, Will Patton, Steve Buscemi, Owen Wilson, Michael Clark Duncan.


Quando a NASA descobre que um meteoro do tamanho do Texas vai atingir a terra, o administrador Dan Truman procura os homens mais incomuns para solucionar o problema. Uma equipe de perfuradores de poços de petróleo liderados por Harry Stamper deve ser enviado sem experiência para uma viagem espacial e fazer um buraco de 244 m de profundidade no asteróide, depositando dentro deste ogivas que farão o objeto se fragmentar e circular a terra. Harry deve enfrentar o desafio de liderar homens sem experiência em uma missão perigosa que carrega o peso de seis milhões de vidas e com pouca chance de sucesso, e ainda pensar no casamento da filha Grace com um de seus funcionários, A.J.

Armageddon foi e ainda é um dos grandes filmes que em um futuro próximo se tornarão clássicos. A história de fim do mundo ainda não tinha sido tão explorada e nunca uma missão espacial tinha sido retratada de forma tão pouco usual, com homens que não eram dramáticos astronautas em uma missão de morte. Embora seja também "um grande passo para a humanidade", o brilhante diretor Michael Bay, preferiu focar as personalidades dos perfuradores em elementos humanos e frágeis ao invés dos astronautas heróicos que estamos acostumados a ver. Claro que as atitudes são movidas pelo altruísmo típico de Hollywood, mas o argumento de aceitação da missão não é nem um pouco complexo: se eles ficarem, o mundo acaba e eles morrem. Se forem, o mundo pode acabar e eles podem morrer, mas existe uma chance de que isto não aconteça. O drama e a tensão acompanham a equipe de terra, os astronautas e o espectador que torce mais pela salvação dos heróis do que pela salvação da própria terra.

O elenco de Armageddon conta com grandes nomes como Bruce Willis, impecável no papel de Harry Stamper; a bela e competente Liv Tyler como Grace e o nem sempre impressionante Ben Affleck como A.J. Além destes, enfeitam o elenco, Billy Bob Thornton, Michael Clark Duncan e Will Patton, todos excelentes, convincentes e humanos como Michael Bay queria que fossem. O filme também imortalizou a bela música da banda Aerosmith, "I don't wanna miss a thing" e gerou uma das cenas mais famosas do cinema, onde o caças sobrevoam um porta aviões ao som do rock de Steven Tyler.


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terça-feira, 2 de setembro de 2008

The Mothman Profecies


Ficha Técnica:

A Última Profecia (The Mothman Profecies) EUA 2002

"What do you see?"

Diretor: Mark Pellington

Estúdio: LakeShore Entertainment

Elenco: Richard Gere, Laura Linney, Debra Messing, Will Patton.


Depois da morte da esposa de forma repentina e misteriosa, o repórter John Klein é estranhamente atraído para a pequena cidade de Point Pleasant em West Virginia. Lá John descobre coisas estranhas acontecendo, relatos de pessoas que viram ou ouviram coisas que não parecem naturais. E o pior: os desenhos e eventos listados pelas pessoas são idênticos aos narrados pela esposa de John antes de sua morte. Intrigado por este fato, o repórter recebe a ajuda da policial local Connie Mills e juntos eles descobrem um fenômeno visto de formas diferentes pelas pessoas e que parece transmitir profecias sobre morte àqueles que conversam com ele.


A Última Profecia é baseado em fatos reais e isso é o que mais torna o filme assustador. O argumento Nostradâmico de profecias já foi exaurido pelo cinema e neste longa não é explorado de sua melhor forma, tendo um ritmo um pouco cansativo e confuso. Apesar disso, não posso dizer que o filme é ruim. Ele cumpre bem o propósito de deixar o espectador ansioso e curioso pelos eventos no começo do filme, mas a medida que a história se desenvolve e o agente dos fatos misteriosos é revelado, A Última Profecia perde um pouco de sua magia inicial e cede à exaustiva investigação feita pelo repórter Jonh Klein.


RIchardGere no papel de Kline não apresenta nada que mereça verdadeiramente ser destacado, mas talvez isso se deva ao fato de ele conseguir sempre boas atuações. Seu forte continua a ser o papel de irresistível homem romântico, mas é possível gostar dele como herói de suspense. Laura Linney está tão boa quanto o papel lhe permite em sua simplicidade, mas a atuação mais memorável é a do desmerecido personagem de Will Patton, Gordon. Will Patton consegue transmitir para as telas os sentimentos e devaneios de um homem seriamente perturbado e em conflito com seus demônios interiores e exteriores. No geral, A Última Profecia é um bom filme de suspense, com uma pequena surpresa no fim, mas nada de espetacular pode ser dito a seu respeito.



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segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Reign of Fire


Ficha Técnica:

Reino de Fogo (Reign of Fire) EUA 2002

"Fight fire with fire"

Diretor: Rob Bowman
Estúdio: Spyglass Entertainment

Elenco: Mathew McConaughey, Christian Bale, Izabela Scorupco, Gerard Butler


Em Reino de Fogo, o mundo foi dominado e destruído por uma horda de dragões famintos, que segundo a história, vive de destruição. Os animais só querem saber de queimar tudo que vêem pela frente e se alimentar de humanos e cinzas. Quinn Abercromby era apenas um garoto quando viu o primeiro dragão que matou sua mãe, e cresceu para ser um protetor de alguns sobreviventes na Inglaterra, em um castelo no interior. A visita de Van Zan e seus companheiros, matadores de dragões, põe em risco a vida dos protetorados de Quinn e afeta sua inabalável confiança, lançando-o em uma caçada inesperada.

A execução de Reino de Fogo é tão simples e despretensiosa quanto seu roteiro. O filme corre sem dar explicações, faz uma força (que supostamente é tão antiga que destruiu os dinossauros) surgir do nada e se mover com absolutamente nenhum propósito. Os dragões no filme, são animais, e como animais teriam o naturalíssimo instinto de sobrevivência, mas eles só pensam em destruir e dominar o mundo como um vilão de filme B. Nem mesmo o elenco, que não é exatamente composto de atores com filmes inteligentes no currículo mas ainda assim BONS atores não consegue salvar Reino de Fogo do desastre. Os diálogos são forçados, estúpidos e parecem não ter sido pensados antes de executados. O resultado é um espectador confuso que não consegue compreender os motivos que movem cada uma das personagens, e uma correria ainda maior da história.

Christian Bale como sempre faz o papel do homem duro atormentado por lembranças (Batman, alguém lembrou?). Mathew McConaughey é um excessivamente malhado militar americano, que como todo bom militar americano atira antes de perguntar e Gerard Butler e Izabela Scorupco servem cada um como acessórios para apoiar os personagens de McConaughey e Bale, o que é uma pena porque eles próprios apresentam mais força psicológica do que os principais. Em linhas gerais, Reino de Fogo vai ser engavetado como mais um filme de ação sem lógica, sem propósito, com um orçamento alto e péssimas críticas.


ESTRÉIAS: Pedindo desculpas por uma errata publicada na sexta feira. Na verdade, Tropic Thunder não estreou como previsto, ao menos não em Belo Horizonte e o filme de sexta foi O Reino Proibido, estrelando Jackie Chan e Jet Li, dois grandes nomes dos filmes marciais. Misturando a comédia de Jackie CHan com a arte de filmes como Tigre e o Dragão, O Reino Proibido parece ser um tanto... forçado, mas é ver para entender!


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