sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Corpse Bride


Ficha Técnica:

A Noiva Cadáver (Corpse Bride) EUA 2005

"There's been a grave misunderstanding"

Diretor: Tim Burton

Estúdio: Warner Bros Pictures

Elenco: Johnny Depp, Helena-Bonham Carter, Emily Watson, Christopher Lee, Deep Roy, Danny Elfman


Depois de uma quase inexplicável sumida do blog estou de volta! E trazendo um filme do mais espetacular diretor com tendências góticas do universo do cinema: Tim Burton. Para comemorar o Halloween, vamos falar de uma adorável e fantasmagórica animação.

Victor é um jovem distraído e romântico que se vê forçado a um casamento para subir de posição na vida. Sua prometida é a surpreendente e interessante Victoria que por uma ironia do destino também é empurrada no casamento pelo que a família acredita ser dinheiro. Victor e Victoria se apaixonam perdidamente e podem sentir o gosto da felicidade, até que em uma noite fatídica, o jovem Victor, nervoso com o ensaio, pratica seus votos em uma velha floresta e acaba ganhando como brinde uma musical e apaixonada noiva cadáver. Victor é arrastado para o divertido mundo dos mortos e precisa resolver o mal-entendido e salvar Victoria, que corre risco de vida nas mãos de um ambicioso Lorde.

Noiva Cadáver é uma animação stop-motion, estilo imortalizado por Tim Burton desde seu sucesso estrondoso em "O Estranho Mundo de Jack". Os personagens são goticamente adoráveis, como só Burton sabe transmitir e os esforços não foram poupados na hora de escolher as vozes: atores tradicionais como Johnny Depp e Helena Bonham-Carter emprestam seu talento aos personangens de massinha e Danny Elfman traz mais uma vez a magia de suas músicas de forma extraordinária e competente.

Ironicamente, o mundo dos mortos é bem mais animado e livre do que o dos vivos, o que confunde a cabeça do jovem Victor que tem aversão absoluta aos padrões estritos da sociedade lá de cima. A esperança e alegria da noiva cadáver também a transformam em algo novo e diferente, libertado das aflições de uma vida mortal. A sociedade quadrada e padronizada leva um golpe no ego e nos costumes quando os mortos resolvem virar o mundo de cabeça para baixo para o casamento que deverá se desenrolar entre Victor e sua não-tão-viva pretendente. As caricaturas de cada personagem são deliciosas, e embora o filme seja quase que completamente em tons muito escuros de vinho, preto e cinza, a alegria dele é incontestável e a história é tão viva e animada como qualquer filme Disney que passe por aí. Mas o diferencial é o toque maluco e artístico do animado e um tanto aloprado Tim Burton, que demonstra mais uma vez sua capacidade de transformar o extraordinário em irresistível e o fantasmagórico em belo.


Fico por aqui hoje!

Até breve!

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

The Mist


Ficha Técnica:

O Nevoeiro (The Mist) EUA 2007

"Fear changes everything"

Diretor: Frank Darabont

Estúdio: Darkwoods Productions

Elenco: Thomas Jane, Marcia Gay Harden, Laurie Holden, Andre Braugher


Uma tempestade forte destroi árvores e propriedades em uma pequena cidade nos Estados Unidos. David Drayton, um pai e marido preocupado, leva o filho ao supermercado para comprar alguns objetos que consertem sua janela quebrada, mas lá se une a outros habitantes em um pesadelo. Um misterioso nevoeiro cobre a cidade e todas as pessoas presentes no supermercado se veem forçadas a permanecerem lá quando descobrem que algo horrível está matando quem quer que ouse se aventurar no nevoeiro.

Não li o livro e não posso dizer se O Nevoeiro é um péssimo livro ou uma adaptação ridícula. O filme não começa mal, mas não demora muito para mostrar as cartas no pior estilo filme B que eu sinceramente nem acreditei que fosse feito mais. Monstros com tentáculos gigantes, moscas assassinas e pássaros cadavéricos podiam assustar na década de 60, mas em um mundo dominado pelo terror de espíritos, estas criaturas não tem mais espaço e só fazem arrancar risadas ou insultos de um espectador indignado. Bastante sangue desnecessário, membros decepados e diálogos repetitivos e intermináveis transformam o longa em uma experiência dolorosa para àqueles que ousam permanecer sentados depois de uma das primeiras cenas de morte.

O elenco é composto de atores em decadência ou que ainda não desbancaram (e talvez nem o façam depois disso) e a única pessoa que salva o filme que já tem história e execução ruins de uma tragédia na atuação é Marcia Gay Harden, que embora esteja sumida das telonas, dá um show de atuação como a fervorosa católica Senhora Carmody. Fiz questão de gravar o nome do escritor e diretor Frank Garabond, que já tem um currículo de filmes B como "A Bolha" de 1988 que deveria ser reduzido aos drive-ins temáticos de um café retrô. A obra que inspirou o desastre que é O Nevoeiro é do americano mestre do suspense, Stephen King, que já rendeu outros filmes excelentes do mesmo gênero, deixando claro apenas a inconstância de suas obras.

Não sei dizer com certeza se O Nevoeiro merece um lugar de honra nos meus 10 piores, mas posso garantir que ele fez o possível para tentar conseguir a vaga.


NOVIDADES: E felizmente meu diretor preferido anunciou seu próximo projeto para 5 de março de 2010. Alice no País das Maravilhas contará com ação live-action e captura de movimentos por computador (aplicados depois que Alice entrar pelo buraco do coelho). O projeto será realizado em parceria com o Walt Disney Studios e terá no elenco atores que já trabalharam com Burton antes, o que é de praxe para o diretor: Johnny Depp, Anne Hathaway, Christopher Lee, Crispin Glover e Helena Bonham-Carter (mulher de Burton) são alguns dos nomes presentes na produção. Também se une a ele pela décima terceira vez o gênio das trilhas sonoras Danny Elfman. Aguardamos ansiosos!


Fico por aqui hoje!

Até breve!

domingo, 26 de outubro de 2008

Awake

Ficha Técnica:

Awake - A vida por um fio (Awake) EUA 2007

"Every year, one in 700 people wake up during surgery"

Diretor: Joby Harold

Estúdio: GreeneStreet Films

Elenco: Jessica Alba, Terrence Howard, Hayden Christenssen, Lena Olin

Clay é um rapaz rico e bem sucedido e está prestes a se casar com a mulher dos seus sonhos, por quem está profundamente apaixonado. Desafiando a desaprovação de sua mãe, Clay se casa com Sam e logo em seguida recebe uma notícia que pode mudar sua vida: estando na fila para transplantes de coração há muito tempo, Clay é chamado para fazer sua sonhada cirurgia. Durante a cirurgia porém, Clay descobre que sofre de uma doença muito rara chamada de "consciência anestésica", onde embora não possa se mexer ou falar, o paciente permanece acordado e em alerta durante todo o procedimento. Devido a este fato, Clay descobre coisas inimagináveis e precisa lutar, mesmo que em espírito para salvar sua própria vida.

Eu imaginava que Awake fosse outro tipo de filme. Algo como "Antes que termine o dia" onde alguém vai morrer, mas o amor prevalece como lição de moral. Fiquei extremamente satisfeita ao constatar que este não era o caso de Awake, nem mesmo de longe. O filme é um suspense agonizante, completamente original, com surpresas que literalmente deixam o espectador de queixo caído. O fato de uma doença tão horrível como a da consciência anestésica já é assustador o suficiente, mas o diretor Joby Harold faz sua estréia com maestria em Awake, não concentrando o fato na doença, e sim nos acontecimentos pessoais surpreendentes da vida de Clay.

A escolha dos dois atores principais não é das mais felizes. Jessica Alba é simplesmente triste em qualquer filme embora seja muito bonita (o que costuma ser seu único atributo e função: enfeitar). Hayden Christensen não é horrível, mas pode-se dizer que ainda é um ator em desenvolvimento. Terrence Howard e Lena Olin são excelentes é provavelmente os que salvam o filme de um elenco desastroso. Apesar disso, Awake é um filme simplesmente incrível, surpreendente, 100% original e muito envolvente. Aposta certa para todos os gostos!

Fico por aqui hoje!
Até breve!

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Star Wars




Ficha Técnica:

Guerra nas Estrelas (Star Wars) EUA

"May the force be with you"

Diretor: George Lucas

Elenco: Mark Hammil, Harrisson Ford, Carrie Fisher, Natalie Portman, Samuel L. Jackson, Ewan McGregor, Hayden Christensen.

Bem a crítica de hoje vai ser um pouco especial. Por sugestão do meu irmão a toa em seu escritório, vou fazer uma crítica dos seis filmes que mudaram a história do cinema, dos efeitos especiais e da ficção científica. A série Star Wars. São eles: Episódio I: A Ameaça Fantasma (1999), Episódio II: O Ataque dos Clones (2002), Episódio III: A vingança dos Sith (2005), Episódio IV: Uma nova esperança (1977), Episódio V: O Império Contra-Ataca (1980) e o Episódio VI: O Retorno do Jedi (1983).

Uma super resumida na história para quem ainda não conhece. Em uma outra galáxia, há muitos anos atrás, existe uma raça de guerreiros superdotados chamados de Jedi. Estes guerreiros se utilizam de um poder chamado de Força para defenderem os ideais da Federação e da República Intergalática. Há uma lenda que circula entre estes Jedis, de um escolhido, um guerreiro mais poderoso do que todos os outros que trará equilíbrio à Força. Este menino é encontrado por Qui-Gon Jin e Obi-Wan Kenobi, dois mestres que prometem treiná-lo. O jovem Anakin Skywalker cresce para se tornar uma perigosa ameaça, dominada pelo medo e pela vingança e que acaba passando para o lado negro da Força. Se aproveitando desta situação, o Chanceler Supremo Palpatine, executa um golpe de estado e instala o império, aniquilando quase todos os Jedis da face do universo e utiliza Anakin, agora conhecido como Darth Vader para dar segurança aos seus planos. O problema do império surge com o aparecimento do filho de Anakin, Luke Skywalker, que prova ser tão talentoso quanto o pai, e junto com um soldado chamado Han Solo, uma princesa chamada Léia e uma outra boa quantidade de aliados, deve destruir o Império e trazer paz para a galáxia.

Original? Para a época foi. E muito. Hoje, tantos filmes já copiaram as idéias de Star Wars que quem nunca assistiu aos filmes, os acha extremamente clichês. Mas George Lucas, o visionário diretor que teve a idéia mais absurda da década de 70, criou a história 100% de sua mente e encantou os públicos, quebrou recordes, e deu início à saga de maior sucesso na história do cinema. Os efeitos especiais vistos em Star Wars, nunca tinham sido feitos em lugar algum e deram uma vivacidade e vertiginosidade à história que fazia os espectadores pularem de seus assentos.

George Lucas lançou primeiro os episódios IV, V e VI para mais de 15 anos depois, mostrar ao público ansioso, o início da saga do infame vilão Darth Vader. Embora a história de Star Wars seja interessante, é preciso admitir que seu charme está quase que inteiramente nas naves, lutas e efeitos especiais. Por este motivo somente, é que mesmo depois de tanto tempo, a saga conseguiu manter ou melhorar sua qualidade. Os atores antigos são melhores, (nem todos), mas os recursos de hoje permitem que se crie uma aventura de proporções ainda mais espaciais que envolve quem a assiste por inteiro. Unidos os filmes levaram 7 Oscars e foram indicados para mais inúmeros prêmios. O casal Han Solo e Léia conquistou as platéias do mundo inteiro e este amor fez os narizes dos fãs se entortarem com o casal da nova geração: Padmé e Anakin Skywalker. O amor de Solo e Léia era divertido e irreverente enquanto o de Padmé e Anakin é maçante, meloso e cheio de drama.
Um dos maiores must-sees para qualquer fã da sétima arte, Star Wars é uma obra brilhante, de um diretor visionário, que literalmente foi para fora deste mundo para trazer o melhor do entretenimento em ficção científica.

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quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Wimbledon


Ficha Técnica:

Winbledon - o Jogo do Amor (Wimbledon) RU/França 2004

"She's the golden girl. He's the longshot. In a match made in..."

Diretor: Richard Loncraine

Estúdio: Inside Track Films

Elenco: Kirsten Dunst, Paul Bettany, James McAvoy, Bernard Hill


Peter Colt é o tenista número 119 do mundo. Sua carreira está declinando e ele está recebendo convites de um clube de campo para ensinar senhoras a jogar tênis. Inesperadamente ele recebe um convite para jogar no Wimbledon, o torneio de tênis mais importante do mundo, e aceita tendo em mente encerrar sua carreira e sem nenhuma esperança de vitória. Lá ele conhece a obstinada e linda estrela do tênis Lizzie Bradbury que mexe com seu mundo e o ensina valiosas lições sobre o tênis e a vida.

Os créditos iniciais de Wimbledon já dão uma esperança de um filme divertido e inteligente e certamente não desapontam. As filmagens de cada partida são feitas de forma diferente, ora lentas, ora movimentadas, mas não de uma forma entediante, e mescladas às inúmeras raquetadas e bolas (geradas por computador) que voam pelas quadras, o diretor inseriu os pensamentos do inseguro Peter Colt. O espectador sente o tenista ofegar, hesitar e gemer depois de cada movimento que faz cada osso do corpo do veterano doer.

Lizzie, é adorável, e um verdadeiro sopro de ar fresco para o desacreditado Colt. Sua garra e determinação inspiram Peter a ser melhor, a dar o melhor de si, alimentado pelo amor inesperado e crescente que surge entre ambos. Colt por sua vez ensina a dura Lizzie que o amor pode ser algo bom e que a deixará melhor, ao invés de encará-lo como uma distração da vitória. O charmoso inglês Paul Bettany interpreta Colt com timidez e excelência, satirizando os ingleses a cada cena do chuvoso torneio. A simples, mas convincente atriz americana Kirsten Dunst é Lizzie, não saindo muito da personalidade da atriz, mas conquistando ambos Colt e o público com sua paixão pelo jogo.

Os cenários são simples, as cenas e músicas deliciosas e os atores brilhantes. Uma história de amor light e completamente original recheada de bons diálogos e o charme necessário para entreter todos os tipos de públicos!


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segunda-feira, 20 de outubro de 2008

300


Ficha Técnica:

300 (300) EUA 2006

"Spartans, tonight we dine in hell"

Diretor: Zack Snyder

Estúdio: Warner Bros Pictures

Elenco: Gerard Butler, Lena Headey, Rodrigo Santoro, Dominic West


Em uma versão estilizada e ensanguentada da lendária batalha das Termópilas, o ousado Rei Leônidas da feroz nação de Esparta ousa desafiar os exércitos persas do dito invencível imperador Xerxes. A batalha se transforma em uma luta pessoal e razão de orgulho para os 300 homens que encararam milhares de Persas, encurralando-os em uma passagem de 12 metros de largura.

O estilo único de Frank Miller está estampado em cada cena de 300. O filme possui cenas escuras, muito vermelho contrastando com tons de terra e preto e uma fúria violenta que só se vê em adaptações das incríveis graphic novels americanas. Não é um filme familiar ou muito menos um filme de ação qualquer e embora haja muita violência, há também a irreverência inteligência características de bons filmes. Não é também feito para todos: a intensidade das cenas e o exagero dos personagens, em especial do fortão Leonidas, deixam algumas pessoas um pouco cansadas, mas é impossível traduzir o que o filme é sem assisti-lo.

Claro que é errado falar de 300 e não falar da aparição do galã brasileiro Rodrigo Santoro. Santoro está, como sempre em filmes estrangeiros, fraco, mas ao menos tem falas e seu personagem é essencial para a história. Talvez o público feminino (que certamente não é o alvo de 300) fique decepcionado com um Santoro careca, coberto de brincos dourados e com a voz modificada por computadores. Ainda assim, uma certa canção de vitória para o cinema brasileiro.

Minha dica ao ver 300 é: prepare-se. Duvido que jamais tenha visto algo parecido então vá de mente aberta e pronto para presenciar cenas incomuns, uma boa quantidade de estilização e diálogos muito, muito interessantes!


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sábado, 18 de outubro de 2008

Saved!


Ficha Técnica:

Galera do Mal (Saved!) EUA 2004

"Heaven help us"

Diretor: Brian Dannelly

Estúdio: United Artists

Elenco: Mandy Moore, Macaulay Culkin, Jena Malone, Patrick Fugit, Heather Matarazzo


Mary é estudante de uma fervorosa escola católica e que encara da noite para o dia um pesadelo: ela fica grávida de sua "primeira vez" feita com um amigo que posteriormente se revela ser homossexual. Jena fica apavorada por ter que lidar com isso, especialmente em uma escola tão padronizada. Para infernizar sua vida, aparece a devota e insuportável colega, Hilary Faye que vive perseguindo a garota que passa a questionar a existência de Deus. Mas Mary acha em um estranho grupo composto por uma judia e um deficiente físico, o apoio necessário para lidar com seus problemas e amizades que durarão para a vida inteira.

É impossível não falar da originalidade de Saved!. A história é absolutamente inédita e talvez até um pouco cruelmente cômica. O filme é na verdade um misto de comédia e drama que funciona perfeitamente bem. Os diálogos são jovens, mas não são estúpidos como costuma acontecer nos tradicionais filmes que retratam o dia a dia das escolas americanas. A ironia com que a religião é tratada no filme, chega a chocar um pouco, mas nada que ofenda demais (exceto talvez os católicos como o personagen de Mandy Moore).

O verdadeiro destaque do filme porém é a excelente seleção de jovens atores: a relativamente desconhecida Jena Malone, que interpreta Mary, é uma personagem que inspirou posteriormente garotas como Juno, que acabam não deixando os problemas afetarem o curso de sua vida. Mandy Moore, que é uma estrela e beldade de Hollywood faz um papel nunca interpretado antes: a da fervorosa e maluca aluna Hilary Faye, coberta de perfeições externas, mas maldosa e com inúmeros conflitos internos. O desaparecido Macaulay Culkin do infame "Esqueceram de Mim" ressurge com glória como o aleijado que faz par romântico com a deliciosamente endiabrada judia gótica, interpretada por Eva Amurri.

COm uma história original, diálogos inteligentes, crítica ferrenha a religião e à sociedade americana e boas atuações, Galera do Mal é uma aposta certa para quem estiver buscando uma diversão um pouco mais inteligente!


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quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Monty Python and the Holy Grail


Ficha Técnica:

Monty Python: Em Busca do Cálice Sagrado (Monty Python and the Holy Grail) UK 1975

"Makes Ben Hur look like an Epic!"

Diretores: Terry Gilliam e Terry Jones

Estúdio: Michael White Productions

Elenco: John Cleese, Graham Chapman, Eric Idle, Terry Gilliam, Terry Jones, Michael Pallin.


O infame grupo de comédia inglês Monty Python parte em uma nova aventura neste filme histórico. Em Busca do Cálice Sagrado, o rei Arthur e seus famosos cavaleiros da Távola Redonda são encarregados por Deus de acharem um objeto que é muito importante para a Britânia: o Santo Graal. O filme acompanha então as jornadas separadas de cada cavaleiro e seus ridículos momentos juntos tentando achar o objeto sagrado.

O humor de Monty Python só pode ser descrito como único. Em uma geração de incontáveis besteirois americanos é refrescante ver a irreverência do grupo inglês que revolucionou a época com seu estilo nonsense. As piadas são engraçadas de forma quase óbvia e alguns dos pensamentos feitos para os diálogos brilhantes do filme são tão inusitados quanto a política do grupo. Distorcer a história de Arthur não é novidade. Mas faze-lo de forma tão incomum, crítica e ao mesmo tempo parecendo tão boba é o que diferencia Monty Python do restante.

Atores como John Cleese conseguiram fazer uma vida após Monty Python, inclusive com carreiras muito bem sucedidas. Já Eric Idle, o segundo mais "conhecido" do grupo se limitou a poucos papéis, mas todos muito bem feitos e com a graça que o ator demonstrou capaz de conhecer desde os áureos tempos do grupo. As cenas como a dos "cavaleiros que dizem NI" e da luta com o cavaleiro negro se tornaram famosas mundialmente e colocaram o nome de Monty Python na lista dos grandes clássicos do cinema, ao lado dos famosos filmes de Peter Sellers. Não se enganem porém: Em Busca do Cálice Sagrado, como os outros filmes (A vida de Brian e o Sentido da vida, os mais famosos) não são para as massas. O humor do filme é extremamente seletivo e muitas vezes só compreendido quando assistido mais de uma vez, mas infelizmente sua bilheteria se lançado hoje não poderia se comparar com os estouros dos terríveis filmes estilo American Pie. Mas se você não tem medo de arriscar, aposte nesse grupo! Eu particularmente sou uma fã!


NOVIDADES: Prevista para maio de 2010 a estréia da nova aventura do monstro mais querido do cinema: Shrek IV (Shrek goes Fourth) contará com os talentos vocais de Mike Myers, Cameron Diaz, Eddie Murphy e Antonio Banderas e provavelmente algumas adições surpresa. Aguardando ansiosamente pela galinha de ovos de ouro da DreamWorks.


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terça-feira, 14 de outubro de 2008

Shakespeare in love


Ficha Técnica:

Shakespeare Apaixonado (Shakespeare In Love) EUA 1998

"A comedy about the greatest love story almost never told"

Diretor: John Madden

Estúdio: Universal Pictures

Elenco: Gwyneth Paltrow, Joseph Fiennes, Judi Dench, Geoffrey Rush, Tom Wilkinson


Na Inglaterra da virada do século 16, um jovem William Shakespeare sofre de um bloqueio tentando escrever. Viola é uma jovem e rica sonhadora, que sempre quis ser atriz. Como não era permitido que mulheres atuassem na época, Viola se disfarça de homem e consegue o papel do jovem Romeu. Quando é descoberta por William, ambos se apaixonam e iniciam uma história de amor proibida que irá dar origem a uma das mais famosas histórias de todos os tempos.

Shakespeare Apaixonado foi indicado a 7 Oscars dos quais levou melhor filme, melhor figurino e melhor atriz para Gwyneth Paltrow, entre outros. A história de Romeu e Julieta nunca tinha sido contada de forma tão irreverente e vista de fora: não são propriamente os personagens da família Monteccio e Capuletto, mas o próprio escritor e sua amada que sofrem de um amor impossível que desafia todos os preceitos de sua época. O filme consegue unir dois gêneros de forma brilhante e muito bela: enquanto há muita comédia e risos, há também uma boa quantidade de lindas cenas de amor, executadas com intensidade por Paltrow e Joseph Fiennes.

O figurino mereceu o Oscar tanto quanto o restante. As roupas são mesmerizantes, coloridas, vivas, leais à época e muito bem trabalhadas. O amor de Viola e William é tão divertido e leve, cheio de prazer, contando com apenas alguns obstáculos feitos com a intenção de deixar o espectador um pouco nervoso. Sem se utilizar da demonstração completa da peça "Romeu e Julieta" o diretor fez relações diretas com a vida real de William e mostrou o suficiente de cada uma para que mesmo a platéia mais desatenta possa perceber as semelhanças entre ambos. Um filme artístico sem ser pretensioso, acessível, belo e divertido. Garantia de satisfação para todos os gostos.


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sábado, 11 de outubro de 2008

The Skeleton Key


Ficha Técnica:

A Chave Mestra (The Skeleton Key) EUA 2005

"It can open any door"

Diretor: Iain Softley

Estúdio: Universal Pictures

Elenco: Kate Hudson, Gena Rowlands, John Hurt, Peter Saarsgard, Joy Bryant


Caroline Ellis é uma enfermeira inteligente e de bom coração. Ela é chamada para cuidar de um senhor senil em uma casa em Nova Orleans isolada da sociedade. Lá ela recebe da misteriosa dona da casa uma chave mestra que abre todas as portas, exceto uma. Quando Caroline descobre o que há atrás da porta, ela se vê envolvida em um mistério sobre o passado da casa e começa a sentir sua vida correr perigo enquanto tenta aprender sobre antigos rituais escravos e bruxaria da pior espécie.

A Chave Mestra inicia sua história de forma comum, com pessoas comuns e objetivos comuns, coisa que muitos (mas não todos) filmes de terror ou suspense se esquecem de fazer. Depois, ele faz o espectador simpatizar com Caroline, tornando sua busca um tanto mais aflitiva, onde cada passo que ela dá pode lhe custar a vida. O filme possui um tom sombrio e extremamente inquietante. Os rituais escravos mostrados são horríveis e a história que os cerca vai muito além de assustadora. Chave Mestra também é um destes excelentes suspenses pelo fato de que quem o assiste faz as descobertas junto com a protagonista interpretada pela adorável Kate Hudson, e a cada uma a história parece fazer um pouco mais de sentido.

Para decepção ou alegria dos espectadores, o final do filme nada tem a ver com aquilo que parece ser construído durante toda a sua duração. O ritmo frenético que gradativamente se aplica nas telas chega ao ápice em uma excelente cena final que surpreeende até mesmo a mais atenta das platéias. Com um clima sombrio, sem violência, uma história muito original e um final surpreendente, A Chave Mestra é um must see para os fãs do gênero de suspense, que não tenham medo de "viajar" um pouquinho. Afinal, cinema é pra isso não é?


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quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Kill Bill: Vol 1


Ficha Técnica:

Kill Bill: Vol 1 (Kill Bill:Vol 1) EUA 2003

"Here comes the bride"

Diretor: Quentin Tarantino

Estúdio: Universal Pictures
Elenco: Uma Thurman, Lucy Liu, Vivica A. Fox, David Carradine, Daryl Hannah, Michael Madsen


A noiva acorda de um coma, já exercitando sua vontade de matar. O bebê que carregava não está mais lá e existe apenas um desejo na sua mente: vingança. Vingança contra a equipe que tentou matá-la, uma equipe da qual ela fazia parte, mas acima de tudo, vingança contra Bill, o chefe, seu ídolo, seu modelo. A noiva sai então em busca de seus colegas e passa por diversas armadilhas provando ser a melhor puramente por seu desejo de sangue.

Ok. Quentin Tarantino e Uma Thurman já remete qualquer fã do cinema à obra prima "Pulp Fiction". Infelizmente Kill Bill não passa perto de ser tão bom quanto Pulp Fiction, mas é no mínimo...diferente. Divertido. Completamente Tarantino. Para os despreparados logo aviso: Kill Bill tem bastante sangue, e bastante sangue de mentira. Do tipo falso mesmo, para dar um efeito artístico (ou cômico) às cenas. Uma Thurman está tão dramática como tenho certeza que Tarantino pediu e a história é descaradamente inspirada nos quadrinhos japoneses que misturam modernidade com tradições do tipo dos samurais com uma sede de sangue insaciável. A trilha sonora (composta especialmente para o filme) é deliciosa, muito coerente, com músicas divertidas e que ilustram bem o objetivo de cada cena. As lutas são no mínimo bem feitas e posso garantir pessoalmente que você nunca vai achar um filme onde as mulheres apanham tanto (ou mais) do que um homem. A ferocidade de cada soco, chute ou golpe mirabolante é transmitida diretamente para o espectador que chega a sentir leves arrepios pela judiada Noiva.

Jogada genial de Tarantino: a humanidade de uma mulher criada para matar. Kill Bill conta com diálogos brilhantes e sarcásticos e atores que fazem cada cena valer a pena. É preciso entender que há muita coisa ruim no filme: muito exagero, muita alusão às maluquices japonesas, muita tentativa de frase de efeito. Mas o produto final é um filme completamente original, com músicas excelentes, cenas divertidas e um toque de arte maluca que só Quentin Tarantino sabe fazer. Digamos que é uma aposta arriscada.


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quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Collateral


Ficha Técnica:

Colateral (Collateral) EUA 2004

"It started like any other night"

Diretor: Michael Mann

Estúdio: Paramount Pictures

Elenco: Tom Cruise, Jamie Foxx, Jada Pinkett Smith, Mark Ruffalo, Peter Berg


Max é um motorista de táxi que sonha em conseguir abrir seu próprio negócio de limosines e tenta fugir de sua tediosa realidade. Seu desejo é atendido de forma muito incomum quando Max apanha o passageiro Vincent, um homem frio e autoritário que o leva a um prédio em uma região isolada. Vincent lhe paga uma grande quantia em dinheiro para esperar por ele, mas Max tem uma surpresa quando seu passageiro mata um homem e lhe obriga a levá-lo a destinos onde tem que matar outros homens. Perseguidos pelo FBI, Max e Vincent devem desviar de diversos obstáculos e Max deve tentar escapar do homem cruel que parece estar sempre um passo a frente de seus pensamentos.

Colateral possui um ritmo frenético e alucinante, com cenas filmadas de forma inquieta e uma história que atrai por sua originalidade. Afinal, Max é apenas uma vítima de infelizes circunstâncias que conspiraram para colocá-lo em uma situação impossível, com a qual ele lida com humanidade e coragem impressionante. A atuação brilhante de Jamie Foxx no papel do taxista Max lhe rendeu uma indicação ao Oscar, muito merecida. Seu desespero é genuíno e convincente, assim como suas ações e seu adorável desejo por uma vida mais justa e livre. Tom Cruise que já nao apresentava a carreira em seu melhor ponto, surpreende com uma atuação igualmente brilhante, em um papel que não lhe é comum (o de vilão) e que lhe rendeu aclamações da crítica mundial.

Colateral não é exatamente uma história do dia a dia, mas sua estranha aproximação com a realidade de uma pessoa comum, torna o drama de Max ainda mais apavorante. O filme dá aquela impressão de que coisas ruins acontecem sim com pessoas boas e que de repente uma vida inteira pode mudar, fator que sempre rendeu elogios a boas histórias. Um suspense excelente que promete agradar a todos.


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terça-feira, 7 de outubro de 2008

Titanic


Ficha Técnica:

Titanic (Titanic) EUA 1997

"A woman's heart is a deep ocean of secrets"

Diretor: James Cameron

Estúdio: Twentieth-Century Fox Film Corporation

Elenco: Kate Winslet, Leonardo di Caprio, Billy Zane, Kathy Bates, Bill Paxton.


E finalmente chegamos à marca de 100 filmes! Passamos por aventura, comédia, suspense, romance, ficção, fantasia, ação, mas ainda há muito, muito mais a ser descoberto! Desde os festivais, às polêmicas em torno de novos filmes, das estréias aos clássicos, dos beijos às brigas, Hollywood ainda tem muitas formas de nos encantar! Espero que continuem comigo nesta maravilhosa viagem pelo mundo do cinema, onde podemos ser quem quisermos e viver as aventuras que sempre sonhamos!

E agora de volta aos bastidores! O filme de hoje é Titanic que conta a história de uma jovem rica e sufocada pelas exigências da sociedade em que vive, em especial pela mãe e pelo noivo que não ama. Rose, tem seu mundo virado de cabeça para baixo quando embarca no lendário e dito indestrutível navio de luxo Titanic, e lá conhece o adorável, mas muito pobre jovem Jack Dawson. Jack e Rose se apaixonam e desafiam os padrões em uma deliciosa aventura amorosa, mas tudo será posto a prova quando o Titanic iniciar a tragédia que até hoje é conhecida como uma das mais traumáticas da história da navegação.

Titanic, dirigido pelo visionário diretor James Cameron, teve a maior bilheteria da história e é empatado com o épico "Senhor dos Anéis" pelo número de Oscars que levou para casa: 11 estatuetas no total, incluindo melhor filme e melhor diretor. Mas o filme foi indicado a 14 Oscars no total, transformando-o no recordista dos Academy Awards de Los Angeles. O filme apresentou uma incrível inovação em efeitos visuais, posicionando um espectador anteriormente encantado com uma história de amor, bem no meio da horrível tragédia que tirou centenas de vida e que teve como causa apenas a arrogância humana. Na primeira metade do longo filme, Kate Winslet (perfeita no papel de Rose) é apenas uma jovem desesperada, incapaz de respirar com todos os trejeitos que lhe são exigidos. Leonardo di Caprio (adoravelmente infantil no papel de Jack) é um rapaz de bem com a vida, sonhador, um artista que vê em Rose sua chance de um amor verdadeiro.

Superando os limites, o amor de Jack e Rose consegue se sobressair na tragédia que se segue, dando um contraste perfeito para os sentimentos de um navio outrora seguro. Quando tudo vai por água abaixo (até bem literalmente), a única coisa que não vemos mudar é o sentimento que surgiu com tanta rapidez entre Rose e Jack. Acusado diversas vezes de ser clichê, ou de ser superprodução demais (vai entender) Titanic faz justiça aos melhores elementos do cinema moderno, quebrando barreiras que devem ser levadas em conta em relação à época em que foi feito.


CURIOSIDADES: Ser ator nem sempre é fácil. Kate Winslet teve pneumonia ao filmar as sequências que se passavam dentro da água e Leonado di Caprio machucou a clavícula em uma cena onde usa um banco de madeira para arrombar um portão de ferro.

Titanic quebrou diversos recordes entre eles: maior número de indicações ao Globo de Ouro, produção mais cara da história (200 milhões de dólares), maior bilheteria da história (1.8 bilhões de dólares) e foi o primeiro filme a ser lançado em DVD/VHS enquanto ainda estava em exibição nos cinemas (feito que durou 281 dias). FONTE: CINEMATECA VEJA


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domingo, 5 de outubro de 2008

Silence of the Lambs


Ficha Técnica:

O Silêncio dos Inocentes (Silence of the Lambs) EUA 1991

"To enter the mind of a killer she must challenge the mind of a madman"

Diretor: Jonathan Demme

Estúdio: Orion Pictures Corporation

Elenco: Anthony Hopkins, Jodie Foster, Brooke Smith, Scott Glenn


A promissora estudante e agente do FBI Clarice Starling, é designada para visitar o mais perigoso serial killer na prisão, o Dr Hannibbal Lecter. O objetivo de Clarice é conseguir a cooperação de Lecter para encontrar um outro violento assassino, conhecido como Buffalo Bill. Clarice, jovem e inexperiente começa a cair nos jogos mentais de Lecter e sua busca por uma jovem raptada por Bill se torna uma luta pessoal para superar os próprios traumas.

Silêncio dos Inocentes ganhou 5 Oscars, todos eles muito merecidos. Melhor filme, melhor diretor, atriz, ator e roteiro adaptado. O filme quebrou barreiras ao realizar uma obra que deixa o espectador mais inquieto com a violência psicológica do que a física. Anthony Hopkins é perfeito, do frio olhar azul aos estranhos movimentos da cabeça. Jodie Foster era ainda uma iniciante quando contracenou com o gênio e mostrou igual majestade, transmitindo com perfeição todos os sentimentos da Agente Starling, assombrada pelos fantasmas do seu passado, mas corajosa o suficiente para encarar a mente desafiadora de Lecter.

A mente de Lecter é tão complexa e assustadora que gera uma curiosidade doentia. Ele é um homem de classe, educado, esclarecido, mas ainda assim existe algo, um fator dentro de sua mente, que permite que ele seja um psicopata frio e calculista. O que o transformou neste homem? O que o move a agir de acordo com cada cálculo, a usar sua inteligência para seus propósitos doentios? Lecter por sua vez, vê Clarice como um interessante objeto de estudo, e estranhamente não tem desejo nenhum de feri-la, apenas ajudá-la em troca dos perturbadores fatos de sua infância.

Silêncio dos Inocentes ainda é um dos melhores suspenses já feitos, com bom gosto e um roteiro brilhante. Eternamente um excelente filme.


CURIOSIDADES: Provando seu comprometimento com a atuação, Anthony Hopkins estudou arquivos de serial killers, visitou prisões, compareceu a audiências e assistiu vídeos. A idéia de faz Lecter quase não piscar quando falava veio de um dos vídeos que Hopkins assistiu do líder de uma seita assassina em 1969. FONTE: CINEMATECA VEJA


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sábado, 4 de outubro de 2008

Taken


Ficha Técnica:

Busca Implacável (Taken) EUA 2008

"The time for revenge has come"

Diretor: Pierre Morel

Estúdio: Europacorp
Elenco: Liam Neeson, Maggie Grace, Famke Janssen, Oliver Rabourdin.


Bryan é um ex-espião do governo que vê um pesadelo se tornar realidade quando sua filha Kim e a amiga Amanda são raptadas em Paris. Bryan descobre que sua filha foi levada por um grupo albanês especializado em tráfico sexual de mulheres, que pega jovens viajantes para vender no mercado negro. O homem promete ao sequestrador da filha que vai achá-lo não importa quanto isso lhe custe e ele inicia uma busca alucinada, eliminando qualquer um que ficar em seu caminho.

Quando comecei a assistir Busca Implacável não lhe dei muito crédito. Não era um filme muito comentado e fora o excelente Liam Neeson, o elenco não impressiona. Nem mesmo a história é tão original assim. Mas eu fui agradavelmente surpreendida pelo nível da ação que se desenrola durante o filme, deixando o espectador nervoso, ansioso e acima de tudo torcendo pelo sucesso de uma missão tão motivada. As cenas de luta são executadas com maestria por Neeson que já não é mais um rapazinho, e a ausência de música para dar destaque aos barulhos de socos e objetos quebrando, lembra muito a edição de som feita nos filmes da série Bourne, e não os mirabolantes James Bond.

Naturalmente, é conveniente para a história que o pai da garota seja um ex-espião que ironicamente se torna paranóico afastando a filha. Quando ela é raptada, não podemos deixar de sentir uma certa satisfação ao olhar o rosto da ex-mulher encrencada com um sentimento de "Ele bem que avisou". Bryan procura pela filha, mas é doloroso ver todas as outras jovens estrangeiras que ele deixa para trás na mão dos traficantes, jovens que nunca mais voltarão a ver suas famílias e que viverão forçadas na prostituição pelo resto da vida. Embora seja um filme de ação (o que normalmente quer dizer pouca reflexão), Busca Implacável mostra uma triste realidade que atinge algumas regiões do mundo, e a proximidade dos acontecimentos com a nossa própria realidade deixa a experiência ainda mais dolorosa.


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quinta-feira, 2 de outubro de 2008

A Series of Unfortunate Events


Ficha Técnica:

Desventuras em Série (A Series of Unfortunate Events) EUA 2004

"Don't say we didn't warn you"

Diretor: Brad Silberling

Estúdio: Paramount Pictures

Elenco: Jim Carrey, Meryl Streep, Liam Aiken, Emily Browning, Jude Law, Timothy Spall, Catherine O'Hara.


Um incêndio misterioso destrói a mansão da rica família Baudelair deixando os três filhos, Sunny, Klaus e Violet nas mãos de diversos parentes. As crianças possuem hábitos um tanto peculiares: Violet gosta de inventar coisas, Klaus de ler coisas, e Sunny de mordê-las. Todas estas habilidades são necessárias quando os três irmãos precisam escapar das garras do tio distante, Conde Olaf. Passando por lagos de sanguessugas, cobras gigantes e uma porção de soluções inteligentes, os irmãos Baudelaire mostram que são mais fortes juntos.

Desventuras em Série tem uma narração tão adorável quanto sua história e começa de forma pouco convencional. A voz tranquila de Jude Law avisa o espectador que esta não é uma história feliz, mas uma história sobre irmãos, sanguessugas, incêndios misteriosos e sociedades secretas. Com esta fala charmosa, inicia-se a conturbada e cativante história da família Baudelaire, e dos irmãos que com muita desenvoltura conseguem mostrar que a inocência infantil é melhor do que a anormalidade dos adultos, afetados por traumas, ganância ou loucura.

Eles passam pelo Conde Olaf, terrivelmente interpretado pelo exagerado Jim Carrey que só sabe tentar roubar a cena dos atores mirins e acaba quebrando a cara. Meryl Streep faz uma breve e brilhante aparição como a neurada tia Josephine que tem medo de corretores de imóveis e Timothy Spall encarna o banqueiro desorientado Sr. Poe. O verdadeiro charme está porém nos desconhecidos atores Liam Aiken e Emily Browning (Klaus e Violet) que mesmo com o tom sombrio do longa, acrescentam uma espécie de inteligência moderna a uma história totalmente original.

Cada pequeno detalhe, como o fato de Violet amarrar uma fita preta no cabelo quando vai inventar algo, é essencial na imagem que o autor pretende criar de que coisas ruins acontecem com gente boa, mas que isso não quer dizer o fim da alegria de uma família. O misterioso incêndio criminoso deixa o jovem Klaus, e com ele o espectador, extremamente curioso, e é interessante ver como as peças do quebra cabeça se encaixam pouco a pouco.

Escrito com beleza por Lemony Snicket e adaptado com tato por Brad Silberling, Desventuras em Série é uma produção fantástica que promete mudar a face dos desanimados filmes infantis.


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quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Ocean's Eleven


Ficha Técnica:

Onze Homens e um Segredo (Ocean's Eleven) EUA 2001

"Are you in or out?"

Diretor: Steven Soderbergh

Estúdio: Warner Bros Pictures
Elenco: George Clooney, Brad Pitt, Matt Damon, Julia Roberts, Andy Garcia, Bernie Mac, Don Cheadle, Elliot Gould, Casey Affleck.


Logo depois de sair da cadeia, o notório ladrão Daniel Ocean reúne dez de seus amigos, cada um com uma especialidade peculiar, para dar o maior golpe da história de Las Vegas: em uma noite de luta, onde os cassinos devem ter mais dinheiro nos cofres, o grupo pretende roubar o Bellagio, o Mirage e o MGM Grand, três dos maiores cassinos da cidade, todos pertencentes ao mesmo homem: Terry Benedict. Com um plano mirabolante e complicado, o grupo deve vencer a segurança máxima do cassino de Benedict e conseguir sair pelas portas com 150 milhões de dólares em dinheiro.

Eu poderia dizer que o grande trunfo de Onze Homens é seu elenco absolutamente espectacular (e absurdamente caro), mas seria errado. O filme une uma trilha sonora deliciosa, um roubo espetacular e charmoso, diálogos muito inteligentes E um grande elenco. Desde a primeira cena, o espectador é fisgado para o mundo adoravelmente delinquente de Ocean e seus comparsas, um deles Brad Pitt em uma de suas melhores performances. Cada um dos membros do grupo tem uma identidade forte e única, trabalhada com perfeição pelos atores, diretores e roteiristas. O roubo em si, é espetacular, e este é um dos poucos filmes que consegue passar literalmente TODA a sua extensão no planejamento do ato, sem cansar, muito pelo contrário, deixando uma platéia inteira roendo unhas, dando gargalhadas e suspirando.

Matt Damon, famoso pelo implacável Jason Bourne, é esperto, mas iniciante neste longa, e sua falta de jeito rende boas risadas e até um pouco de empatia do público conquistado. Andy Garcia é tão charmoso e conquistador como sempre foi, mas graças ao seu papel, alcança um novo patamar. Os outros como Bernie Mac (o financiador), Don Cheadle (explosivos), Casey Affleck (transporte) entre outros, não são nem um pouco ofuscados pelos grandes colegas de profissão e provam cada um deles terem um brilho particular e um talento extraordinário. Julia Roberts, a única mulher entre este grupo de gigantes, é uma verdadeira diva da telona e deixa qualquer um sem ar quando aparece em seu elegante terninho vermelho descendo as escadas do cassino.

Charmoso, divertido, inteligente, irreverente, surpreendente, original. Onze Homens e um Segredo é tudo isso e muito mais. Um futuro clássico que merce ser visto e revisto diversas vezes.


CURIOSIDADES: Para viabilizar o cachê dos gigantes do filme, George Clooney, Andy Garcia, Matt Damon e Brad Pitt aceitaram receber o cachê mínimo estabelecido pelo Sindicato dos Atores.

A cena de luta teve dois mil figurantes. Andy Garcia disse que "já fez filmes que custassem menos do que pagaram aos extras naquela cena"

FONTE: Cinemateca Veja


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