sexta-feira, 28 de novembro de 2008

The Other Boleyn Girl


Ficha Técnica:

A Outra (The Other Boleyn Girl) EUA/RU 2008

"The only thing that could come between these sisters... is a kingdom"

Diretor: Justin Chadwick

Escritor: Peter Morgan (roteiro)

Philippa Gregory (romance)

Estúdio: Universal Pictures

Elenco: Natalie Portman, Scarlet Johansson, Eric Bana, Jim Sturgess.


Ana e Maria Bolena são duas irmãs inseparáveis, igualmente belas, mas com gênios muito diferentes. Quando a oportunidade se apresenta, a mais ambiciosa e astuta das duas, Ana, é oferecida como amante para o rei da Inglaterra Henrique Tudor. Depois de preferir Maria à sua irmã, uma rixa terrível se instala na família e a ambiciosa Ana fará de tudo para conquistar o amor do Rei, o que mais tarde culminaria no rompimento da Inglaterra com a Igreja católica e em um dos maiores escândalos já vividos na monarquia.

A Outra é baseado na história real do caso vivido entre Henrique Tudor e Ana Bolena. O filme deixa bem claro que algumas vezes a realidade é realmente mais estranha, assustadora e escandalosa do que a ficção. Como a luta pelo poder foi capaz de dividir uma família, provocar ações desesperadas das quais a única que saiu ilesa foi Maria, conhecida por sua gentileza e honestidade. Scarlet Johansson não podia estar mais perfeita para o papel da angelical irmã mais nova das Bolena, Maria, com seu rosto perfeito de boneca de porcelana. O sofrimento de Maria, causado pela irmã maldosa Ana, é visível em cada expressão de Scarlet que conquista o espectador com sua inocência.

O verdadeiro brilho de A Outra no entanto está na atriz Natalie Portman que recebeu a difícil tarefa de representar a ambiciosa e manipuladora Ana, que apunhala a irmã pelas costas absolutamente sem motivos. Sendo a realidade mais estranha do que a ficção, a história nos mostra que tudo de ruim que Ana fez volta bem mais do que dobro para ela e sua vida se torna um inferno onde todos os olhos da Inglaterra ficam sobre ela e seu plano acaba não saindo tão perfeitamente. Desde "V de Vingança", Natalie Portman demonstrou sua habilidade extraordinária de representar o sofrimento, fazendo o espectador acreditar em cada lágrima. Sua atuação é tão convincente que a platéia fica confusa sobre odiar ou ter pena de Ana Bolena. Seu destino trágico acaba por decidir esta batalha.

Eric Bana é ofuscado pelas duas atrizes, mas executa bem seu papel na pele de Henrique Tudor. Uma história sensual de amor e traição, um excelente filme, que garante diversão para os que querem fugir das "loucuras" excessivas do cinema e presenciar a verdadeira história de duas mulheres fortes e inseparáveis.


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quinta-feira, 27 de novembro de 2008

The Forbidden Kingdom


Ficha Técnica:

O Reino Proibido (The Forbidden Kingdom) EUA/China 2008

"The path is unsafe. The place is unknown. The adventure is unbeliavable."

Diretor: Rob Minkoff

Escritor: John Fusco

Estúdio: Casey Silver Productions

Elenco: Jackie Chan, Jet Li, Michael Angarano, Yifei Liu, Collin Chou


Um rapaz novaiorquino, viciado em artes marciais, descobre em uma antiga loja de penhores um bastão sagrado, que segundo a lenda pertenceu ao lendário Rei Macaco. O jovem se vê então arrastado de seu mundo para uma China antiga, onde deve devolver o bastão ao seu portador original, com a ajuda de dois grandes mestres e uma garota, para salvar o império do domínio do Imperador de Jade.

Lendo um resumo da história, é de se imaginar que o filme seja ao menos razoável. Tendo Jackie Chan e Jet Li no elenco, é de se esperar que ele seja ao menos suportável. Mas ele não é nenhuma das duas coisas. A filmagem já se inicia de forma estranha, num estilo meio "vagabundo" que se vê nos filmes B's - ironicamente - chineses. À filmagem ruim se segue logo no início uma sessão de diálogos completamente estapafúrdios e lutas absolutamente ridículas além da revelação do ator medíocre escolhido para representar o garoto Jason. E isso tudo antes da China sequer entrar em cena. A história é confusa, acontece tão rápido que não dá a menor chance de desenvolvimento para a personalidade dos heróis e tudo acontece sem nenhum motivo.

Jackie Chan e Jet Li, não são conhecidos por sua excelente atuação e normalmente só entram em cena para dar alguns chutes e socos, mas em O Reino Proibido, os dois atores são escravos de um roteiro que simplesmente não podia ser pior. Ao que tudo indica, o escritor definiu um rascunho de história sem detalhes e o diretor simplesmente o executou, com zero de criatividade e uma tentativa ridícula de imitar os belos filmes como "Tigre e o Dragão" ou o "Clã das Adagas Voadoras". Para completar o pacote que pode ser jogado no lixo, o figurino (que é uma das coisas mais belas em filmes chineses) parece ser feito de papelão e a maquiagem podia ser melhor se feita na bancada de uma casa. As perucas são ridículas, os efeitos terrivelmente amadores e o diálogo só vai ficando pior a cada segundo.

Sem dúvida um insulto ao cinema chinês e a sétima arte, O Reino Proibido merece um lugar de honra no fundo da gaveta de todas as locadoras.

Vale comentar que a equipe responsável pelo trailer devia ganhar um Oscar. Desde "Tróia" um filme não tinha se mostrado tão diferente do que é prometido.


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quarta-feira, 26 de novembro de 2008

The Sting


Ficha Técnica:

Um Golpe de Mestre (The Sting) EUA 1973

"...all it takes is a little confidence."

Diretor: George Roy Hill

Escritor: David S. Ward

Estúdio: Zanuck/Brown Productions

Elenco: Paul Newman, Robert Redford, Robert Shaw, Charles Durning


Na Chicago de 1930, Henry Gondorff e Johnny Hooker são dois vigaristas profissionais, mas enquanto Gondorff já aplicou grandes golpes, Hooker é um novato que se especializa em bater carteiras. Quando um pequeno roubo de Hooker dá errado, as implicações acabam por custar a vida de seu parceiro e em busca de um troco e muito dinheiro, Hooker procura Gondorff e juntos eles planejam um golpe perfeito.

Um Golpe de Mestre é um clássico que imortalizou os roubos no cinema e gerou filmes como "Thomas Crown" e "Onze Homens e um segredo" onde o importante é um roubo surpreendente e praticamente nada de ação ou violência. Todos os elementos aparentemente isolados do filme se unem para formar um crime perfeito, desde os jogadores até a saída perfeita, planejada desde o início. As locações são tão charmosas quanto o estilo único e amigável dos personagens. A amizade existente entre os golpistas os coloca no patamar de homens quase justos e fiéis e deixa o público simplesmente apaixonado por aquele mundo de crimes.

Os astros Robert Redford e Paul Newman acrescentam o seu próprio charme de forma irresistível e lembram as platéias mais jovens da importância que os atores tinham quando as produções contavam com poucos recursos. Em um mundo de efeitos especiais e explosões que mascaram a atuação dos artistas, Golpe de Mestre é um sopro de ar fresco, que apesar da boa história e direção, não seria nada sem Redford, o loiro que lembra muito um Brad Pitt de sua geração e o recentemente falecido Paul Newman, o mestre de eternos olhos azuis. A química existente entre estes dois atores é fantástica e é possível sentir o gosto da bela amizade que se desenrola entre os golpistas, que passam por cima das adversidades com uma elegância digna de James Bond.

A trilha sonora ficou quase mais famosa do que o filme. A evolução de um roubo que deixa o espectador querendo sempre mais, mas nunca deixando-o confuso, posiciona Um Golpe de Mestre na restrita lista de filmes eternos, que serão lembrados por seus astros, sua qualidade de produção e sua inesquecível contribuição para o diversificado universo da sétima arte.


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segunda-feira, 24 de novembro de 2008

LA Confidential


Ficha Técnica:

Los Angeles: Cidade Proibida (LA Confidential) EUA 1997

"Off the record, on the QT and very hush-hush"

Diretor: Curtis Hanson

Escritor: James Ellroy (romance)

Brian Hegeland (roteiro)

Estúdio: The Wolper Organization

Elenco: Kevin Spacey, Danny DeVito, Russel Crowe, Kim Basinger, Guy Pierce, James Cromwell, David Strathairn


Três policias de visão e abordagem completamente diferentes são designados para trabalhar no misterioso caso de um assassinato ocorrido na lanchonete Nite Owl em Los Angeles. Jack Vincennes, Bud White e o correto Ed Exley iniciam uma investigação que acaba envolvendo negócios com cocaína, prostituição e segredos mais sujos do que qualquer um deles poderia imaginar.

O histórico LA Confidential foi o filme que reinventou o noir. Seu estilo charmoso, único e completamente cinematográfico lhe rendeu aclamações da crítica e uma boa parcela de indicações para prêmios internacionais, sem falar nas duas estatuetas do Oscar que o filme levou. A história é executada perfeitamente, violência e mistério mesclados com classe e uma narrativa que lembra exatamente os filmes policiais da década de 50, com as loiras monumentais e os policiais agressivos fumando charutos em escritórios escuros. Embora a forma de se abordar a história seja clichê, o diretor Curtis Hanson e a equipe de atores impecável que ele reuniu conseguem manter o espectador hipnotizado a cada segundo do suspense.

A imagem de Los Angeles é pintada como perigosa, uma cidade para sobreviver apenas fazendo tudo debaixo dos panos. Danny DeVito é perfeito no papel do editor do tablóide mais polêmico da cidade, o Hush-Hush, onde todos os podres da suspeita polícia e seus respectivos casos são explorados no melhor estilo sensacionalista. Tudo envolvendo as investigações é uma troca de favores, cobrança de dívidas e ameaças para esmagar a carreira ou mesmo a vida dos envolvidos.

Russel Crowe, o policial durão é quase um reflexo de sua personalidade descontrolada fora das telas. Guy Pierce é o certinho, mas charmoso e inteligente agente "dedo-duro" Ed Exley, que sobe na vida denunciando os podres dos companheiros. O brilhante a absolutamente hipnotizante Kevin Spacey é Jack Vincennes, o consultor técnico de um show de policiais e um ex-membro da força ele mesmo. Vincennes é o que melhor encarna o espírito constante de espetáculo que se faz de tudo em Los Angeles. Kim Basinger está em sua melhor fase no papel da irresistível Lynn, e como em todo bom filme policial, motivo de desavença entre os principais, digamos, anti-heróis da trama.

LA Confidential é um acerto de todos os lados: direção, edição, elenco, roteiro, trilha sonora e fotografia. Mas é o seu estilo impecável e sua forma fiel de encarnar o melhor do cinema policial com direito a chacinas e escândalos sexuais que transformam o longa em uma experiência única e imperdível e que garante o lugar na galeria de superproduções que serão lembradas por muitos anos ainda.


CURIOSIDADES: LA Confidential tem 80 personagens com diálogos, 50 locações diferentes e 30 assassinatos. Números impressionantes para uma produção do estilo.

O diretor Curtis Hanson reuniu 18 imagens diferentes de LA que ele pretendia incluir no filme. Esta compilação convenceu muitos dos atores a trabalharem no projeto.

FONTE: CINEMATECA VEJA


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domingo, 23 de novembro de 2008

Max Payne


Ficha Técnica:

Max Payne (Max Payne) EUA 2008

Diretor: John Moore

Escritor: Beau Thorne

Sam Lake (videogame)

Estúdio: Abandon Entertainment

Elenco: Mark Wahlberg, Mila Kunis, Ludacris, Beau Bridges, Chris O'Donnel


Um policial de Nova York se vê assombrado pelas lembranças do assassinato de seu filho e de sua mulher, onde um dos culpados continua a solta. Max Payne se depara então com uma série de assassinatos que parecem ser conectados entre eles, todos brutais, e todos em vítimas com alucinações e asas tatuadas no pulso. Payne mergulha em uma investigação que acaba por levá-lo a lugares inimagináveis e ele se vê sozinho em sua luta para fugir das autoridades que suspeitam dele e da morte que parece cercar todos os que tentam solucionar o mistério.

Desnecessário dizer que sendo baseado em um dos games mais famosos do mundo, Max Payne criou uma expectativa imensa em torno de sua execução. O trailer do longa prometia algo próximo ao game, com muitos tiros, um personagem amargurado e algo novo: o que parecia ser algo como anjos negros e céus apocalípticos. Bem, esta foi a promessa. O que estreou no Brasil nesta sexta-feira é algo inteiramente diferente. O filme começa misterioso, cores distantes mais ao estilo Frank Miller e logo o mistério dos assassinatos alucinantes capta a atenção do espectador. Mas esta atenção não demora a se dispersar depois de incontáveis tentativas frustradas do detetive Payne de descobrir a razão destes assassinatos.

Em uma hora de filme, é normal sentir que você está sentado no cinema há pelo menos três. Os crimes não são solucionados, a trama não se complica, mas se arrasta deixando a expectativa pendurada por um fio, e este fio se chama Mark Wahlberg. Wahlberg já interpretou policiais durões mais de uma vez e este papel não foi um desafio em particular. Mas o charme durão do ator confere ao personagem a única coisa que ele não pode ter nos jogos: personalidade. Claro que há momentos em que ele é vítima do roteiro excessivamente dramático, mas na maior parte do longa, sua presença é refrescante e tira um pouco do tédio que inevitavelmente se instala em uma platéia suspirante.

Em linhas gerais, Max Payne é mais um filme de ação. Uma pena realmente, já que ele tinha potencial para ser muito mais. Os fãs certamente ficarão desapontados por uma adaptação tão pobre de roteiro que possui um único elemento em comum com o jogo: a quantidade anormal de tiros e mortes que se acumula no caminho de Payne.


ESTRÉIAS: As três grandes atrações do país na sexta foram: A Duquesa, com Keira Knightley e Ralph Fiennes, que conta a história da Duquesa de Devonshire por uma ótica pessoal; o nosso conhecido Max Payne e o suspense Os Estranhos, com Liv Tyler que conta a história de um jovem casal que sofre na mão de assaltantes em uma casa no campo. Fim de ano chegando, muitas estréias a caminho, mas por enquanto vamos curtir estas.


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quinta-feira, 20 de novembro de 2008

I, Robot


Ficha Técnica:

Eu, Robô (I, Robot) EUA 2004

"What will you do with yours?"

Diretor: Alex Proyas

Escritor: Jeff Vintar

Estúdio: Canlaws Productions

Elenco: Will Smith, Bridget Moynahan, Allan Tudyk, James Cromwell


No ano de 2034, a grande maioria das funções simples do dia-a-dia são realizadas por robôs. Estes robôs possuem um sistema supostamente infalível de segurança: as Três Leis. A primeira estipula que um robô jamais pode ferir um ser humano. A segunda, que um um robô deve sempre obedecer as ordens um ser humano se não for entrar em conflito com a primeira lei e a terceira, que um robô deve sempre se defender se isto não entrar em conflito com a primeira ou segunda leis. Tudo parece perfeito e seguro. Mas existe um detetive, Del Spooner, que não confia tanto assim nos homens de metal. Quando o criador das três leis Dr. Lanning morre por um aparente suicídio, Spooner é indicado para investigar uma trama que começa com um assassinato, mas que o leva a caminhos nunca imaginados e ele deve correr contra o tempo para salvar os humanos da perda total de sua liberdade.

Nos filmes de hoje, o futuro é retratado com um pouco mais de bom senso, não sendo nunca exibido em anos distantes demais ou mostrando coisas que são tão impossíveis que deixam o espectador alienado. Na década de 50, os filmes mostravam o ano 2000 como o ano dos carros voadores e das comidas em cápsulas. O Det. Spooner de Eu, Robô é exatamente uma crítica a esta imaginação ou desejo automatizado demais. Ele é viciado no seu All-Star (uma relíquia da época), seu som é igual ao que temos hoje, e ele ainda dirige manualmente um carro movido a - vejam só - gasolina. Embora Eu,Robô seja um filme majoritariamente de ação, ele levanta questões cada vez mais presentes no mundo globalizado.

O que é um robô? Do que a chamada Inteligência Artificial é capaz? Um cérebro é suficiente para que um robô assegure o bem estar dos humanos, dotados de princípios éticos e sentimentos que influenciam na tomada de decisões? A resposta para todas as perguntas ainda não existe e justamente por isso fornece material suficiente para Hollywood se esbaldar e criar todo tipo de personagem com conflitos internos ou tramas que mostram a falha das máquinas. Como feito em "Matrix", o diretor Jeff Vintar mostrou o único resultado lógico para um sistema que é mais inteligente e desenvolvido do que o de seu próprio criador: a revolução. Embora um robô não se revolucione por insatisfação, ele pode muito bem fazê-lo por uma associação lógica, puramente consttuída de números que lhe indique que aquela é de fato a melhor opção. Mas o problema da intêligencia artificial está justamente no discernimento que os humanos conseguem fazer: nem sempre o mais lógico é o mais correto.

Os diálogos inteligentes, o enredo instigante, a arte visual brilhante e a atuação sempre impecável do astro Will Smith rendem um lugar a Eu, Robô na prateleira de "filmes pensantes" embora ele não seja pretensioso o suficiente para exigir apenas um público "super gênio". Recheado com ação e pitadas de originalidade.


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terça-feira, 18 de novembro de 2008

Red Eye


Ficha Técnica:

Vôo Noturno (Red Eye) EUA 2005

"Fear takes flight"

Diretor: Wes Craven

Escritor: Carl Ellsworth

Estúdio: DreamWorks SKG

Elenco: Rachel McAdams, Cilian Murphy, Brian Cox, Jayma Mays


A prestativa gerente do hotel Lux Atlantic, Lisa Reisert morre de medo de voar. Mas quando ela tem que pegar um vôo noturno para Miami o medo de voar não pode ser comparado com o que ela tem que enfrentar. Jack Rippner, um homem simpático que a tinha abordado no aeroporto, senta ao seu lado e lhe faz uma ameaça da qual não pode escapar. Ela precisa ligar para o seu hotel, mudar um político de quarto, ou os homens de Jack irão matar o seu pai. Lisa precisa achar uma forma de salvar o político e sua família, e proteger seu pai dos assassinos.

Vôo Noturno, é um destes suspenses que o espectador não consegue realmente enxergar como pode ser ótimo, já que é passado quase que inteiramente dentro de um avião e não envolve nada relacionado à queda do mesmo. Mas como em outros filmes do mesmo estilo do tipo "Por um fio" com Colin Farell, passado inteiramente em uma cabine telefônica, o diretor Wes Craven, já habituado a filmes de suspense, concentrou todos os seus esforços em transmitir cada segundo da agonia da protagonista, desde sua voz ofegante, a suas desesperadas tentativas de solucionar o problema, já que fugir não é exatamente uma possibilidade.

A sorte (ou tato) de Wes Craven está exatamente em ter escolhido um elenco completamente capaz de deixar o público roendo as unhas. Sem manobras espetaculares ou fugas alucinadas para distrair o espectador, o filme depende da genuidade que os personagens transmitem e tanto Rachel McAdams quando Cillian Murphy, executam a tarefa com absoluta perfeição. Cillian Murphy é um criminoso inteligente e frio e acima de tudo, capaz de deixar qualquer um estático de medo com um simples olhar. Rachel McAdams consegue por sua vez, mostrar o que a adrenalina é capaz de fazer com uma mulher comum, que mantém a calma apesar do medo, e este fato lhe atribui uma atmosfera 100% humana.

Sendo "possível", diferente, com um elenco mais convincente do que glamuroso, Vôo Noturno é um sopro de ar fresco para quem está afim de ver um suspense sem monstros ou espíritos.


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segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Rescue Dawn


Ficha Técnica:

O Sobrevivente (Rescue Dawn) EUA 2006

"A true story of survival...declassified"

Diretor: Werner Herzog

Escritor: Werner Herzog

Estúdio: Gibraltar Films

Elenco: Christian Bale, Steve Zahn, Jeremy Davies


Durante uma missão secreta na guerra do Vietnã, o piloto da força aérea americana Dieter Dengler tem seu avião abatido e cai na região de Laos. Dieter é capturado por camponeses e levado a um campo de prisioneiros onde ele e mais cinco companheiros sofrem diariamente com a fome, tortura e tentam armar um plano para fugir no meio da selva.

Se pudesse resumir em uma palavra a experiência de assistir a O Sobrevivente, esta palavra seria surpresa. Christian Bale, eternamente marcado pelo Batman, interpreta um homem forte e obstinado em um lugar onde a última coisa que uma pessoa pode ter é esperança. A história real de Dieter Dengler é repleta de emoção e não há meios de o espectador se manter alheio a realidade que é apresentada cena após cena com uma verossimilhança terrível. As condições de vida dos camponeses já não é boa: calor, insetos, falta comida e abrigo. Mas pior é ser maltratado por estas pessoas e adicionar a todos estes fatores uma dose diária de agressão verbal, humilhação e tortura.

Em uma espécia de recuperação do histórico Apocalipse Now de Coppola, o diretor e escritor Werner Herzog mostra o estado lastimável que as mentes de cada um dos prisioneiros chega depois de tanto tempo envolvido em um ambiente tão desprezível. É melhor ser louco e imaginar uma realidade do que ter de enxergar todos os dias a verdadeira realidade, a mínima chance de escapar e o horror da guerra. Dieter porém encontra forças para manter seus pensamentos organizados e tentar achar uma saída, ajudando os companheiros a manterem a compostura e cuidando deles mesmo quando ele mesmo precisa de cuidados.

Com uma visão peculiar que retrata com lentidão o dia a dia dos prisioneiros, o diretor consegue transmitir ao público boa parte da intensidade de uma história de vida que merece ser lembrada por todos os seus aspectos, da coragem à amizade.


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sábado, 15 de novembro de 2008

007 Quantum of Solace


Ficha Técnica:

007 Quantum of Solace (007 Quantum of Solace) EUA 2008

Diretor: Marc Forster

Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)

Elenco: Daniel Craig, Judi Dench, Olga Kurylenko, Mathieu Amalric, Gemma Artenton


Em busca de vingança pela mulher que amou, Vésper, o agente James Bond começa a seguir a pista de uma organização secreta que se prova mais perigosa do que o MI6 jamais tinha previsto. Os governos corruptos e as agências estrangeiras tentam impedir Bond de localizar a organização Quantum, mas movido pela lembrança de Vésper, Bond se alia a bela agente boliviana Camille para descobrir o que a Quantum pretende comprando gigantescas extensões de terra nos desertos Bolivianos.

Meu nome é Bond, James Bond. Quem esperar ouvir estas palavras não deve assistir a Quantum of Solace. Seguindo a onda que começou com Cassino Royale, o agente britânico foi um tanto reformulado e teve sua personalidade mais detalhada nesta nova versão. Não mais um robô que tem sempre a situação sobre controle, Bond agora é um homem, implacável e feroz, mas ainda assim um homem. Cada cena de ação (e são todas absolutamente de tirar o fôlego) mostra o agente louro em esforços ofegantes e machucados visíveis, mas nada que o impeça de continuar. O charme seguro de Bond ainda está lá, mas não mais demonstrado na forma como ele pede seu martini ou como se aproxima das mulheres. A própria Camille, em momento algum demonstra interesse no agente ou ele nela.

O ritmo de Quantum of Solace é alucinante, mal dando tempo ao espectador para se recuperar entre as perseguições de carro, avião ou a pé feitas em telhados no Haiti. O Aston Martin está lá, sendo destruído, os ternos estão lá perfeitos no corpo escultural de Daniel Craig e a fúria de M por seu agente rebelde também marca presença, mas pelos detalhes, é outro James Bond. Um James Bond moderno, suscetível a falhas, que apanha tanto quanto bate e que acima de tudo também sente o peso das mortes e as pressões da sua profissão. Acredito que seja um encaminhamento para um agente que possamos acreditar, que não use tecnologias impossíveis e que nos deixe em dúvida sobre o seu sucesso.


ESTRÉIAS: Ontem nos cinemas estreou o filme brasileiro "Romance" com Wagner Moura e Letícia Sabatela. O casal de atores Ana e Afonoso busca novos meios de lidar com a relação fora dos palcos enquanto encena a peça Tristão e Isolda, uma das mais famosas histórias de amor da história. Estreou também o longa "Vicky Cristina Barcelona" que conta a história de duas amigas com visões completamente diferentes que se apaixonam pelo mesmo homem quando viajam para a cidade de Barcelona. No elenco, Rebeca Hall, Scarlet Johansson e Javier Bardem


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quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Bruce Almighty


Ficha Técnica:

Todo Poderoso (Bruce Almighty) EUA 2003

"How would you handle the most awesome responsibility in the Universe?"

Diretor: Tom Shadyac

Estúdio: Universal Pictures

Elenco: Jim Carrey, Jennifer Aniston, Morgan Freeman, Steve Carell


Bruce é um cara comum, mas que depois de não conseguir o emprego de âncora em uma rede televisiva começa a reclamar que Deus está pegando no seu pé e dificultando sua vida. Em uma virada inesperada, Bruce se vê cara a cara com o criador que resolve então deixar que Bruce tenha uma pequena amostra das suas dificuldades. Bruce consegue os poderes de Deus e aprende que é mais difícil controlá-los do que ele pensava.

Mudando de gênero, mas não de ator, encaramos esta comédia brilhante sobre as pequenas dificuldades da vida e o quanto é importante superá-las sem ajuda. Bruce é um dos muito que aprende que embora tenha poderes, isso não quer dizer o fim dos suas preocupações, especialmente porque ele não pode controlar o coração da mulher que ama e precisa prestar atenção no que todas as outras pessoas querem.

De forma inusitada, Todo Poderoso dá uma bela lição sobre a vida. E é realmente de forma inusitada: algumas das grandes passagens da Bíblia são satirizadas, como a abertura do mar vermelho feito por Bruce em uma tigela de sopa de tomate e a era digital entra como uma não-tão-perfeita solução para todos os problemas do mundo quando Bruce tenta responder as milhares de preces que recebe via e-mail. Uma das coisas mais interessantes porém, é quando Bruce, cansado de ter de pensar em tantos problemas, resolve dar as pessoas o que elas querem. Quando uma confusão se instala, é hora de Deus intervir e dizer: "Bruce, desde quando as pessoas tem a menor idéia do que querem?". Os caminhos tortuosos na vida de cada um, os retrocessos e frustrações, como Bruce logo descobre, são apenas mais alguns metros em uma estrada que leva sempre pelo caminho certo, quando fazemos as escolhas certas.

Cenas bem humoradas aliadas à excelente atuação de Morgan Freeman e Jim Carrey (que não se exibe demais) além das pontas feitas pelo hoje infame Steve Carell tornam Todo Poderoso uma das poucas comédias americanas atuais ainda pensadas com inteligência e um certo tom de crítica social, deixando espaço ainda para uma bela lição sobre a vida. Uma aposta de diversão garantida para todos os gostos.


segunda-feira, 10 de novembro de 2008

The Truman Show


Ficha Técnica:

O Show de Truman (The Truman Show) EUA 1998

"All the world's a stage"

Diretor: Peter Weir

Estúdio: Paramount Pictures

Elenco: Jim Carrey, Ed Harris, Laura Linney, Paul Giamatti


Truman Burbank é um cara como outro qualquer. Um vendedor de seguros simpático, morador de um bom bairro, com alguns traumas de infância, em especial relacionados ao pai. Nada de anormal. Exceto pelo fato de que, sem saber, Truman tem sua vida passada em um estúdio gigantesco, onde todas as pessoas que conhece, inclusive sua esposa, são apenas atores e atrizes interpretando os mais variados papéis. Câmeras escondidas revelam ao mundo as verdades diárias do programa de TV mais famoso de todos os tempos: O Show de Truman. Mas quando o homem tranquilo começa a perceber as estranhezas em sua realidade, um desafio ético começa a tomar conta do mundo, e Truman precisará de toda a ajuda e persistência para descobrir extamente o que estão fazendo com ele.

A idéia de O Show de Truman em uma era onde reality shows explodem a todo momento já é revolucionária e inteligente o suficiente para encantar o público e a crítica. A isto, adicione um personagem adorável, uma interpretação brilhante do normalmente exagerado Jim Carrey e um discurso perfeito de vendas do falso moralista dono do programa, representado por Ed Harris e você terá em mãos uma verdadeira obra prima. E é exatamente isto que o filme é: uma obra prima, de inteligência incontestável e intensidade quase incômoda. O vício do ser humano pela privacidade alheia é posto da forma mais suja e cruel possível, ao expor todos os detalhes de um bom homem para o mundo aplaudir como uma novela barata.

A pergunta paira no ar: até onde a humanidade deixaria isto acontecer sem protestos? Até onde seria aceitável expor a realidade de uma pessoa dessa maneira? Todas as angústias, fraquezas, amores, deslizes, tudo registrado em uma câmera de vídeo. Nenhum ser humano é perfeito, mas todos possuem fatos sobre si mesmos que podem esconder enquanto o único refúgio de Truman, o único lugar onde as câmeras não conseguiam entrar era sua mente. Sentindo pena de Truman, alguns espectadores menos egoístas tentam avisá-lo sobre sua vida baseada em mentiras, apenas para serem derrubados pela necessidade de Ibope. Embora seja um filme de proporções exageradas, O Show de Truman não está tão longe da realidade que vivenciamos e é por este fato, por esta exploração incômoda de um dos nossos maiores egoísmos é que o longa alcança seu lugar ao lado de grandes obras primas, lembradas eternamente por sua inteligência e originalidade.


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domingo, 9 de novembro de 2008

007 Cassino Royale


Ficha Técnica:

007 Cassino Royale (007 Cassino Royale) EUA 2006

"Everyone has a past. Every legend has a beggining. Discover how James...became Bond"

Diretor: Martin Campbell

Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)

Elenco: Daniel Craig, Eva Green, Judi Dench, Mads Mikkelsen.


No primeiro filme de Daniel Craig como o novo Bond, a história do agente volta ao seu início. Logo depois de receber seu rank 00 que permite que ele mate sem perguntar, James Bond precisa deter o bancário de organizações terroristas Le Chiffre. Como fará isso? Ganhando de Le Chiffre em um torneio de poquer financiado pelo tesouro nacional britânico. Os problemas maiores de Bond surgem quando ele, pela primeira vez, se apaixona pela bela Vesper e passa a questionar sua vida de agente, pesando-a com a felicidade de estar com Vesper.

Cassino Royale veio para quebrar padrões: um Bond louro e absolutamente escultural, nada de artigos especiais como cintos retráteis ou carros com mísseis, um verdadeiro amor na vida do agente, muita pancadaria, menos inglesismo. Com estas mudanças, o diretor Martin Campbell constrói a imagem de um novo Bond, mais próximo de Bourne do que de seus antecessores. Nada de cair na briga e sair ileso, nada de ternos limpos depois de mergulhos, nada de inacreditável. O agente continua incrível, indestrutível, mas desta vez gera um pouco de dúvida sobre sua sobrevivência.

Suas atitudes não são mais tão seguras, nada é concreto. A volta para o início da carreira de Bond deu margem para estas mudanças e apesar dos protestos, o fortão Daniel Craig provou-se mais do que capaz de conquistar os públicos com os olhos azuis e o inevitável sorriso inglês. Continua charmoso, continua lindo, continua Bond. Mas desta vez, em caminhos que o espectador consegue acompanhar, acreditar e roer as unhas. Chega de carros invisíveis, armas solares e outros aparatos que imploravam por uma atenção desesperada. O novo Bond veio para revolucionar. E para ficar.


NOVIDADES: E qual não foi a minha felicidade ao ver dois novos trailers de dois esperados sucessos? Em www.apple.com/trailers já estão disponíveis os trailers de UP, o novo filme da infalível parceria Disney/Pixar e o esperado e comentado Anjos e Demônios, segunda adaptação do livro do autor de best sellers internacionais, Dan Brown. No primeiro, em um trailer de pouca informação e sem sinopses, a história parece ser de um velho rabugento que usa balões para levitar sua casa para longe dos problemas. Parece idiota? Não com o pozinho mágico que Disney e Pixar sabem muito bem como usar. No segundo, Robert Langdon está de volta depois do fracasso absurdo de Código da Vinci (o filme, não o livro) para descobrir os segredos da sociedade secreta conhecida como Illuminatti. No elenco: Tom Hanks, Ewan McGregor e Ayelet Zurer. Ambos estréiam em Maio de 2009. Muito tempo ainda para esperar.


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Até breve!

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Cutthroat Island


Ficha Técnica:

A Ilha da Garganta Cortada (Cutthroat Island) EUA 1995

"The Course has been set. There is no turning back"

Diretor: Renny Harlin

Estúdio: Beckner/Gorman Productions

Elenco: Geena Davis, Mathew Modine, Frank Langella, Maury Chaykin


A capitã pirata mais procurada do mundo, Morgan Adams, está atrás de um mapa que a leve a misteriosa Ilha da Garganta Cortada e ao seu imensurável tesouro. Morgan compra um charmoso ladrão como seu escravo para que ele traduza as inscrições em latim do mapa e juntos eles devem enfrentar o mais temível adversário de todos: o tio de Morgan, Dawg Brown, que possui 1 das três partes do mapa e fará tudo que estiver a seu alcançe para pegar as peças que a sobrinha possui.

Depois de Piratas do Caribe, é um pouco complexo falar de filmes mais antigos. Quem detesta "maluquices" como as caveiras amaldiçoadas de Piratas do Caribe, vai adorar esta tradicional e cativante história sobre os piratas (quase) como realmente eram. Claro, Ilha da Garganta Cortada é antigo, e como tal não precisava se preocupar muito com a complexidade de seus vilões. Dawg é o típico vilão que mata os próprios companheiros quando recebe más notícias e tem falas tão óbvias que ficam cansativas. Mas a personagem da adorável e forte Genna Davis, a capitã Morgan Adams compensa os defeitos de Dawg em sua obstinação, originalidade e completa irreverência de uma mulher de bom coração, mas com atitudes politicamente incorretas.

Os cenários não variam: ilhas desertas, matas e muita água. A trama também não: sempre em torno de um tesouro e do famoso "X" que marca o local. Mas a ação bem feita, não dependente de efeitos especiais muito exagerados e a boa atuação de Geena Davis conseguem tirar Ilha da Garganta Cortada da categoria de filmes fracassados e o coloca no patamar de uma despretensiosa, mas deliciosa aventura que continuará encantando os mais diversos públicos por muitos anos que virão.


Fico por aqui hoje!

Até breve!

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Apocalipse Now


Ficha Técnica:

Apocalipse Now (Apocalipse Now) EUA 1979

"The Horror...The Horror"

Diretor: Francis Ford Coppola

Estúdio: Zoetrope Studios

Elenco: Marlon Brando, Martin Sheen, Robert Duvall, Laurence Fishburne, Harrison Ford


Bem em primeiro lugar peço desculpas pela diminuição no número de posts, mas fim de semestre acaba sendo assim. Filmes novos no cinema que estou ansiosa pra ver e logo contarei aqui. Agora ao filme de hoje!

No meio da Guerra do Vietnã, o Capitão americano Benjamin L. Willard é enviado em uma missão secreta para assassinar um Coronel renegado; Walter E. Kurtz, que se estabeleceu como um chefe em uma tribo na selva do Vietnã. Juntamente com uma equipe de soldados americanos, Willard sobe o rio Nung e aos poucos tenta entender o comportamento de Kurtz e começa a perceber a dura realidade dos combates engajados na profunda selva do Vietnã.

Apocalipse Now foi gravado aproximadamente dez anos depois do fim da guerra, o que certamente influenciou bastante em sua produção. O tradicional gênio das telas, Francis Ford Coppola dá o seu toque crítico e um tanto artístico a esta produção tradicional que vai muito além de simplesmente retratar a guerra. Apocalipse Now trata principalmente da insanidade em suas diversas formas de manifestação: alguns soldados fingem que nada está acontecendo, outros descontam em atividades de lazer, que é o caso do brilhante Tenente Coronel obcecado por surfe interpretado por Robert Duvall, e outros simplesmente enlouquecem e se isolam. O personagem de Martin Sheen, Willard, é um destes que tentam permanecer sãos enquanto se engajam em combates constantes na selva e tem que aprender a triste realidade de que os EUA perderiam a guerra. Porque? Simplesmente porque estavam prepotentes demais para levá-la a sério.

Coppola utilizou uma situação que hoje é uma cicatriz para a história americana e na época ainda era uma ferida aberta, para criticar o comportamento dos americanos diante do restante do mundo. Embora seja brilhante e completamente original, é preciso admitir que Apocalipse Now exige certa paciência do espectador e uma boa quantidade de tempo (a versão REDUX tem três horas e vinte minutos). Algumas cenas são desnecessariamente devagares, mas servem bem ao propósito de deixar o espectador no mesmo clima de tensão inquietante e as vezes tediosa, pela qual passavam os soldados de Willard.

Em aparições de começo de carreira estão os veteranos Harrisson Ford e Laurence Fishburne com apenas 17 anos. O filme é repleto de simbologias e avisos que serviram para auxiliar Coppola em sua reclamação não verbal da sociedade em que vive. Apocalipse Now imortalizou a bela cena em que os helicópteros surgem sobre o Rio Nung ao som de cavalgada das valquírias. A cena é até hoje, uma das mais famosas da sétima arte.


CURIOSIDADES: Em uma cena na praia, onde um cinegrafista pede para que os soldados passem diante da câmera, o cinegrafista é o próprio Coppola e dois de seus assistentes de Apocalipse Now.

O escudo das armas da pequena embarcação possuem um nome escrito que é o nome de uma antiga banda de rock, da época do Vietnã. FONTE: CINEMATECA VEJA

Fico por aqui hoje!

Até breve!

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Righteous Kill


Ficha Técnica:
As Duas Faces da Lei (Righteous Kill) EUA 2008

"Most people respect the badge. Everybody respects the gun"

Diretor: Jon Avnet

Estúdio: Millennium Films

Elenco: Robert DeNiro, Al Pacino, Carla Gugino, John Leguizamo, Donnie Wahlberg, 50 Cent


Uma dupla de policiais veteranos de Nova York precisa encontrar a pista de um assassino serial que parece estar matando todas as pessoas certas: estupradores, assaltantes, pedófilos, criminosos que foram absolvidos por uma justiça cega. Quando a dupla se alia a dois outros jovens colegas, eles acabam percebendo que podem estar procurando por um policial e a desconfiança vira motivo de rixas e descontrole em um caso desenfreado.

O trailer de As Duas Faces da Lei dá uma impressão bem diferente do que o filme realmente é. Mesmo com a "idade avançada" dos gênios Al Pacino e Robert DeNiro, é de se esperar que os dois atores que mais possuem um "que" de mafiosos e cruéis, fossem protagonistas de um filme veloz, irreverente e surpreendente. Infelizmente este não é o caso. O filme é lento, um tanto previsível e devo concordar com a crítica ao caracterizá-lo como "morno". A história tinha potencial para ser movimentada, mas ao invés disso dá espaço a debates morais que vão ficando exaustivos ao longo do seu desenvolvimento e deixa de lado o que poderia ser o charme do policial corrupto.

Há tentativas desse charme, mas de forma muito frustrada. A quantidade de vezes que a palavra "fuck" é dita por frase, lembra um daqueles filmes vagabundos de ação de quinta categoria, ao invés do bom gosto que o diretor Jon Avnet tentou transmitir. Há, claro, diálogos muito interessantes e momentos engraçados, mas a grande maioria do roteiro é uma tentativa pretensiosa de ser algo como um resgate do seriado "Shaft". A participação absolutamente desnecessária do apagado rapper 50 Cent como um traficante, não acrescenta nada à história e deixa o espectador com uma forte suspeita de acordo entre o cantor e os produtores do filme, com vários dólares rolando entre as respectivas carteiras.

Não tendo um argumento original o suficiente para sustentar suas falhas de produção, As Duas Faces da Lei passa longe de ser merecedora da atuação brilhante de homens como Pacino e DeNiro, para entrar na lista do filmes policiais que "queriam ser", mas que não chegaram lá realmente.


Fico por aqui hoje!

Até breve!