quinta-feira, 18 de junho de 2009

Vamos falar de traduções



Não tem muito tempo que eu descobri que a pessoa que traduz os títulos dos filmes não é a mesma que faz as legendas. O que quer dizer que eu tenho mais de uma pessoa pra matar no ramo cinematográfico brasileiro.

O que me fez pensar nisso foi o fato de que eu aluguei "Na Mira do Chefe" pra assistir e, bem, eu imagino que quem nunca ouviu falar do filme deve imaginar que é um puta filmezinho de sessão da tarde com uma "galerinha muito louca" certo?

Errado. O filme é genial e foi muito elogiado. Ele tem o título original In Bruges que traduziria bem fácil, e literalmente para Em Bruges em português. Mas aparentemente, o público brasileiro não é sofisticado o suficiente pra querer assistir um filme que chama Em Bruges.

Depois desse episódio eu fui pensando em nomes de filmes que tiveram boas traduções e outros nem tanto. Acabei chegando a três exemplos que ilustram bem como a criatividade é uma coisa totalmente relativa: primeiro, Watchmen. Tudo bem, os caras podiam ter chamado o filme de Vigilantes e GRAÇAS A DEUS não o fizeram. Mas porque tinha quer ter um O FILME depois? Já que o filme chama Watchmen, não pode deixar assim?

Segundo: Menina de Ouro. O filme chama Million Dolar Baby em inglês. Chamar o filme de Bebê de Um milhão de dólares é nada a ver e Garota de Um Milhão de Dólares ia ficar parecendo filme de prostituta então o cara arrumou um título bacana, da cabeça dele e que encaixou super bem com o filme sem ficar comprido demais.

Terceiro: Xeque-Mate. Esse pra mim é o maior exemplo de que tradução pode ser uma arte. O filme chama Lucky Number Slevin, um jogo de palavras com o personagem do filme Slevin e a expressão de sorte Lucky Number Seven. Impossível traduzir este título literalmente, mas quem quer que seja encontrou uma solução ideal. Pegou o momento precioso da partida de xadrez entre Ben Kingsley e Bruce Willis que não tem uma importância tão óbvia e utilizou a expressão Xeque Mate, que tem TUDO a ver com a história do filme e pronto! Fez um título novo, completamente diferente e quase melhor que o original.

E pra você que lê esse post completamente fora do normal pro blog, qual é a pior tradução de todos os tempos? E a melhor?

Como diria meu amigo: Se Poderoso Chefão fosse traduzido na década de 90, ia chamar Meu Padrinho é da pesada.
Amanhã voltamos ao normal com a crítica de "Antes que o Diabo Saiba que Você Está Morto"
Fico por aqui hoje!
Até breve!

3 comentários:

Bruno Taurinho disse...

Nunca presto muita atenção quando o nome do filme ganha uma boa tradução em português, mas "Menina de Ouro" foi uma ótima sacada.

Me lembrei agora de "Um Estranho No Ninho", que tem o intraduzível nome de "One Flew Over The Cuckoo's Nest". Foi uma boa escolha.

Já o pior não tem pra ninguém, é "Noivo Neurótico, Noiva Nervosa", ou "Annie Hall", no original. Foi depois de ficar sabendo dessa cagada que Woody Allen resolveu supervisionar qualquer adaptação de um filme seu. Insuperável.

Thaís disse...

Bom, eu também nunca reparei em nomes bons. A gente acaba prestando atenção só nas gafes que a galera comete.

Mas lembrei de um que mudou completamente e eu nem achei tão ruim: O Estranho Mundo de Jack. Achei que encaixou bem, ficou bacana mesmo não tendo nada a ver com o original (The Nightmare Before Christmas).

Agora, uma coisa que eu não aguento mesmo é a tal mania de botar subtítulo. Uma coisa é você substituir um título em inglês para um em português para de facilitar a vida da galera.

Mas, qual é a razão para Brokeback Mountain, por exemplo, ganhar "O Segredo" no título brasileiro?

Só pode ser o prazer de deixar a coisa tosca!

Vitor Rocha disse...

Para mim, a pior tradução disparada é "Cidade dos Sonhos", do David Linch (nome original: "Mulholland Drive"). É como se o tradutor de "Sexto sentido" tivesse dado o nome do filme de "O menino que via pessoas mortas". Ou seja, todo o mistério seria revelado antes mesmo que o espectador começasse a ver o filme. Lamentável!