terça-feira, 23 de junho de 2009

City of Ember


Ficha Técnica:

Cidade das Sombras (City of Ember) EUA 2008

"Lights out"

Diretor: Gil Kenan

Escritores: Caroline Thompson (roteiro)

Jeanne Duprau (livro)

Estúdio: Walden Media

Elenco: Saoirse Ronan, Harry Treadaway, Bill Murray, Tim Robbins, Lucinda Dryzek


Quando o mundo acabou, uma cidade subterrânea foi construída para durar apenas 200 anos. Mas a caixa que continha as instruções para sair de Ember se perdeu ao longo das gerações e os cidadãos se conformaram com o conforto de viverem seguros na cidade. Mas o tempo acabou e cabe a dois jovens Lina e Doon, descobrir a saída que pode salvar a população de Ember.

A Walden Media ganhou destaque quando lançou sob o seu selo o filme "As Crônicas de Nárnia: O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa". O sucesso de Nárnia levou a Walden Media a definir uma linha para as suas produções que mais tarde viriam a incluir "Ponte Para Terabítia", "Meu Monstro de Estimação" e "Príncipe Caspian". O que todas estas histórias tem em comum? São protagonizadas por crianças que vivem aventuras e aprendem lições sobre a própria força. A fórmula pode ser exaustiva, mas funciona e muito bem. Todos os filmes são capazes de prender o espectador pela força das atuações mirins (ao contrário de filmes como Harry Potter) e pelos magníficos cenários do inimaginável.

A história não é diferente com Ember. A cidade é simplesmente hipnotizante e um pouco claustrofóbica e consegue imergir o espectador em seu universo logo nos primeiros minutos. As atuações de Saoirse Ronan, indicada ao Oscar por Desejo e Reparação e do novato Harry Treadaway roubam a atenção de atores muxoxos como Bill Murray. Ember é uma espécie de Zion infantil, onde a vida é regida pela eletricidade, mas relembra mais as ditaduras do passado quando castiga aqueles que questionam sua realidade, em uma alusão às religiões radicalistas.

Embora tenha bom cenário, bons atores e boa direção, Ember não consegue escapar de diversas falhas de roteiro. Os ângulos de câmera inusitados e interessantes tentam deixar a história mais movimentada e emocionante do que realmente é. A expectativa é alta no começo e ainda maior no meio, quando Lina e Doon são forçados a enfrentar a tirania de um governante que sempre teve a última palavra, mas ela desmorona mais para frente, quando o espectador finalmente percebe que a missão dos jovens não vai ser assim tão difícil.

É neste ponto que Ember se diferencia de outras produções da Walden Media. Não é necessária nenhuma superação pessoal ou embate moral para que os personangens descubram a solução para os seus problemas. O plano se apresenta como uma sucessão de coincidências e com uma única e patética tentativa de intervenção por parte do prefeito da cidade, o pífio vilão da história. Quando fica claro que não haverão mais tentativas de impedir a dupla, o filme se torna uma simples passagem do tempo, já que o conflito final foi solucionado praticamente na metade de sua duração.

Como aconteceu com filmes como Eragon, a história é corrida demais e não dá muito tempo para que o espectador se envolva com as emoções tão confusas dos personagens. Posso praticamente garantir que o livro funciona bem melhor em mergulhar o espectador na agonia óbvia da contagem regressiva, fator que, sem esforço nenhum, consegue ser aflitivo. Assim que o ler, confirmo para vocês minhas suspeitas. Ember é sim, um bom filme, repleto de qualidades que fazem valer a pena assisti-lo. Mas infelizmente desperdiça a sua capacidade de ser muito mais.


Fico por aqui hoje!

Até breve!


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